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Agropecuária CFM cresce em leite


Empresa de capital britânico investe em sala de ordenha para aumentar produção leiteira. A Agropecuária CFM, um dos principais e mais tradicionais grupos fornecedores de touros para monta natural e para engorda para abate, vai aparecer entre os cinco maiores produtores de leite do País. Após realizar um investimento de R$ 200 mil na implantação de uma nova ordenhadeira, que possibilitou a ampliação do número de vacas ordenhadas, a empresa pretende chegar em 2004 produzindo 15 mil litros de leite/dia.

"A ordenha antiga limitava nossa produção a 10 mil litros por dia, com 800 vacas em lactação. Com a nova, vamos chegar a 15 mil litros por dia, com mil vacas em lactação", afirma Fábio Dias, diretor de pecuária da CFM. A propriedade possui 2.050 cabeças de bovinos e está atualmente, segundo Fábio Dias, entre a oitava e nona colocação na produção nacional.

Capacidade maior

A instalação da nova sala de ordenha que possibilitará o aumento de 50% na produção diária da empresa só foi possível graças à parceria de mais de 30 anos que a CFM possui com a Nestlé. "Vamos entregar toda nossa produção à Nestlé de Araçatuba. Estamos aumentando nossa produção, mas de forma responsável", afirma Dias. Segundo o executivo, existe uma parceira com a indústria de laticínios no que se refere aos preços, que permite o aumento da produção. Sem revelar qual o preço recebido pelo litro de leite entregue à Nestlé, Dias garante que é um negócio lucrativo para os dois lados. "Estamos satisfeitos com a parceria que temos", afirma o diretor.

Além de estar saturada, a sala antiga estava operando 22 horas por dia, sendo que as duas restantes era utilizadas para limpeza. A sala nova permite que um trabalho de 10 horas por dia, o que garante uma melhor qualidade.

"A ordenha antiga tinha capacidade de 90 vacas por hora, já a nova permite que 180 vacas sejam ordenhadas por hora", afirma Andrew Jones, gerente da Fazenda São Pedro - única propriedade da CFM a produzir leite.

A fazenda possui 2,68 mil hectares, dos quais 467 hectares de pastagem rotacionada e o restante é cultivado com cana-de-açúcar. Apesar de demandar um manejo maior, a rotação de pastagem faz com o pasto possa ser utilizado durante quase todo o ano, com exceção do período de seca. "A idéia é ter a maior produtividade possível com o menor custo de produção", afirma Dias, sem revelar qual é seu custo. Segundo ele, a satisfação com a pecuária de leite na Fazenda São Pedro é tão grande que a taxa de remuneração se compara com a remuneração obtida com a cana.

Cruzamento de raças

Para conseguir produzir leite a pasto a CFM utiliza um cruzamento genético entre raças européias e zebuínas. O melhoramento genético e os cruzamentos são desenvolvidos pela própria empresa, que já desponta como um novo negócio. "Vamos iniciar o comércio de genética leiteira, assim como fazemos com a pecuária de corte", afirma Dias. Ele informa que na primeira quinzena de abril será realizado o primeiro leilão de animais produtores de leite a pasto da CFM. "Serão 200 fêmeas adaptadas ao sistema de pastejo rotacionado", afirma Jones.

Aposta no leite

Com investimento bem maior - de R$ 10 milhões - e uma oferta de 31 mil litros de leite por dia, a Fazenda São João, propriedade da empresa True Type Ltda., foi inaugurada outubro de 2002 - no município de Inhaúma a 125 quilômetros de Belo Horizonte (MG) - e já é considerada a segunda maior produtora individual de leite do país. O empresário mineiro, acionista do Banco Mercantil do Brasil e proprietário da True Type, Flávio Guarani lembra que em termos de produção sua propriedade fica apenas atrás do pecuarista Olavo Barbosa, que possui produção de 40 mil litros de leite por dia no sul de Minas Gerais.

Os 31 mil litros de leite produzidos diariamente na Fazenda São João têm destino certo. A Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (Itambé) já recebe toda produção da propriedade e paga bônus adicional pelo grande volume e qualidade entregue.

Apesar da crise pela qual passou o setor leiteiro em 2001 e agora tenta se recuperar, especialistas garantem que independentemente da escala de produção, seja ela pequena, média ou grande, a produção de leite é uma atividade remuneradora para os investidores, se for tratada de forma profissional.

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