Alerta da ONU teria motivado parecer
A iniciativa focalizaria principalmente nações africanas
Consultores especializados no setor florestal acreditam que o parecer da Advocacia Geral da União (AGU) foi baseado em alerta da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a garantia da segurança alimentar em países com grande oferta de terras. A iniciativa focalizaria principalmente nações africanas cujas propriedades rurais estariam sendo compradas por estrangeiros - principalmente chineses - para produção de alimentos e exportação para o país de origem dos investidores.
''O alerta acabou atingindo também países em desenvolvimento como o Brasil, que não corre risco de abalo na segurança alimentar, mas demanda investimentos no setor industrial'', afirmou Márcio Funchal, sócio-diretor da Consufor, em Curitiba.
Segundo ele, a partir de 2000, a maior parte dos investimentos na produção de madeira, celulose e papel têm sido de fora do Brasil. ''Agora, esses recursos correm risco de serem bloqueados por impossibilidade de comprar terras. Há várias expansões industriais paralisadas'', disse, acrescentando que a disponibilidade de capital brasileiro é limitada. ''São investimentos que ficam aplicados de 20 a 30 anos. Precisamos dos sócios estrangeiros.''
Para Tarcísio Araújo Kroetz, advogado especialista em negócios florestais e investimentos, a AGU não levou em conta o impacto que poderia ocasionar na indústria madeireira. ''O setor necessita desses imóveis para fazer o desenvolvimento das florestas e pode ser responsável por novos postos de trabalho no País''.
Segundo ele, o interesse dos estrangeiros nas terras brasileiras explica-se por questões climáticas e econômicas. No hemisfério Sul, em função da latitude, o crescimento vegetativo das florestas é mais acelerado. ''Uma floresta que leva cem anos para se formar no hemisfério Norte precisa de apenas 20 anos no Brasil'', comparou. O frete e a energia elétrica mais baratos, de acordo com o advogado, seriam outros fatores de interesse.
A prospecção do setor é que, até 2020, sejam investidos R$ 20 bilhões em florestas para apoiar a expansão industrial. ''O Paraná deve receber R$ 1,5 bilhão desse total'', afirmou Funchal. Diante da limitação de acesso à terra, ele propõe algumas alternativas.
Uma delas seria o investidor estrangeiro conseguir sócio brasileiro com 51% do capital investido. Outra possibilidade é a aquisição da ''floresta em pé'', ou seja, comprar apenas o direito de explorar a madeira plantada, estabelecendo no contrato o prazo para retirar o produto da área, sem necessidade de comercializar a terra. Uma terceira opção, não muito aceita por estrangeiros, é o arrendamento. ''Os investidores vêem riscos, por se tratar de uma cultura a longo prazo.''
''O alerta acabou atingindo também países em desenvolvimento como o Brasil, que não corre risco de abalo na segurança alimentar, mas demanda investimentos no setor industrial'', afirmou Márcio Funchal, sócio-diretor da Consufor, em Curitiba.
Segundo ele, a partir de 2000, a maior parte dos investimentos na produção de madeira, celulose e papel têm sido de fora do Brasil. ''Agora, esses recursos correm risco de serem bloqueados por impossibilidade de comprar terras. Há várias expansões industriais paralisadas'', disse, acrescentando que a disponibilidade de capital brasileiro é limitada. ''São investimentos que ficam aplicados de 20 a 30 anos. Precisamos dos sócios estrangeiros.''
Para Tarcísio Araújo Kroetz, advogado especialista em negócios florestais e investimentos, a AGU não levou em conta o impacto que poderia ocasionar na indústria madeireira. ''O setor necessita desses imóveis para fazer o desenvolvimento das florestas e pode ser responsável por novos postos de trabalho no País''.
Segundo ele, o interesse dos estrangeiros nas terras brasileiras explica-se por questões climáticas e econômicas. No hemisfério Sul, em função da latitude, o crescimento vegetativo das florestas é mais acelerado. ''Uma floresta que leva cem anos para se formar no hemisfério Norte precisa de apenas 20 anos no Brasil'', comparou. O frete e a energia elétrica mais baratos, de acordo com o advogado, seriam outros fatores de interesse.
A prospecção do setor é que, até 2020, sejam investidos R$ 20 bilhões em florestas para apoiar a expansão industrial. ''O Paraná deve receber R$ 1,5 bilhão desse total'', afirmou Funchal. Diante da limitação de acesso à terra, ele propõe algumas alternativas.
Uma delas seria o investidor estrangeiro conseguir sócio brasileiro com 51% do capital investido. Outra possibilidade é a aquisição da ''floresta em pé'', ou seja, comprar apenas o direito de explorar a madeira plantada, estabelecendo no contrato o prazo para retirar o produto da área, sem necessidade de comercializar a terra. Uma terceira opção, não muito aceita por estrangeiros, é o arrendamento. ''Os investidores vêem riscos, por se tratar de uma cultura a longo prazo.''