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Alface transgênico da Embrapa tem até 15 vezes mais ácido fólico

Planta rica em vitamina B9 poderá até ser consumida cru



A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia está desenvolvendo plantas de alface geneticamente modificadas com maior teor de ácido fólico. A pesquisa conseguiu aumentar o teor da vitamina B9, em até 15 vezes, além de produzir vegetais que podem ser consumidos crus.

 
O coordenador da pesquisa, Francisco Aragão, explica que a alface já produz essa vitamina, mas em pequenas quantidades. Sua equipe conseguiu aumentar as moléculas que dão origem ao ácido fólico através da introdução de genes de Arabidopsis thaliana, que é uma planta-modelo (muito utilizada na biotecnologia vegetal).
 
Aragão pretende alcançar índices ainda maiores da vitamina nas plantas: “Manipulando as duas rotas, pode ser que essa quantidade chegue a até 30 vezes mais, como indicam alguns estudos semelhantes realizados nos Estados Unidos”. As plantas começarão serão agora submetidas a testes de avaliação agronômica já autorizados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio.

 
A dose diária de ácido fólico recomendada para um adulto a partir de 15 anos é de 0.4 mg (=400µg), o que significa que a ingestão de apenas duas folinhas das alfaces GM desenvolvidas pela Embrapa representa 70% da vitamina que precisamos diariamente.
 
“É uma perspectiva muito promissora, especialmente se levarmos em consideração que os programas de biofortificação de alimentos, geralmente, consideram 30% uma quantidade suficiente. Conseguimos mais do que o dobro”, comemora o pesquisador.
 
A ingestão de ácido fólico meses antes do parto pode prevenir em mais de 50% a ocorrência de anencefalia em fetos. A incidência dessa doença vem aumentando nas últimas décadas, e hoje o Brasil é o quarto país do mundo com maior prevalência de nascimentos de bebês com anencefalia, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

 
Estudos recentes mostram que outras doenças nervosas, como a depressão, por exemplo, podem estar relacionadas ao baixo teor de ácido fólico na alimentação. Antigamente, esse índice era restrito a mulheres de baixo poder aquisitivo, mas hoje atinge mulheres de todas as classes e faixas etárias, especialmente em países em desenvolvimento.
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