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Algodão transgênico reduziu aplicações de inseticidas em até 10 vezes

Helicoverpa armigera estava tornando cultura inviável




“Segundo os agricultores: sem transgênico não seria possível cultivar algodão”. A afirmação é de Ciro Antonio Rosolem, membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e professor titular da Faculdade de Ciências Agrícolas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/Unesp Botucatu). 


O especialista conta que “em viagem pelos campos de algodão da Bahia e do Mato Grosso, pude constatar que o uso de cultivares de algodão transgênico resistente a Helicoverpa permitiu a redução das aplicações de inseticidas específicos de 12 para cinco ou menos de dois, dependendo da tecnologia empregada”.

“É certo que as áreas cultivadas com soja e milho são muito maiores que a cultivada com algodão. É certo também que há poucas variedades de soja resistentes a pragas e a tecnologia tende a perder seu efeito na cultura do milho. Mas vale prestar atenção no exemplo do algodão, na atual safra. A estimativa era que o algodão geneticamente modificado chegaria, na safra 2013/2014, a 710 mil hectares, ou 65% da área total destinada ao cultivo da pluma. Na safra anterior, foram 49,4% da área total. Razão invocada para a expansão: a tal da Helicoverpa”, explica Rosolem.


De acordo com ele, “para esta safra está prevista extensão de lavouras transgênicas a vários pontos do País, principalmente em função do combate à lagarta Helicoverpa armigera, com grande expansão, principalmente, da área de algodão resistente a essa praga”.

“No entanto, é fundamental aprender a lição deixada pelo milho que vem perdendo tolerância. Só o uso correto da tecnologia, com refúgios e outras recomendações poderá trazer benefícios no longo prazo. É uma ferramenta preciosa demais para se perder por mau uso”, conclui.
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