Países que se sentem prejudicados pelos subsídios concedidos aos produtores de leite americanos e europeus estão se unindo para formar a Aliança Láctea Global. O objetivo é criar uma política comum para reduzir custos e ganhar mercados com preços remuneradores, anunciou o ministro da Agricultura, Pesca e Florestas da Austrália, um dos países que integram a Aliança, Warren Truss, ao visitar ontem o município de Piracanjuba, maior produtor de leite o Estado, para conhecer o potencial goiano no setor. O bloco que está sendo criado é formado por países como a Austrália, Argentina, Chile, Uruguai, Brasil e México.
O presidente da Federação de Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Macel Caixeta, que recebeu os australianos, disse que Brasil e Austrália já fazem um intercâmbio no setor de pecuária. Uma delegação de produtores goianos esteve recentemente naquele País para conhecer diferentes sistemas de produção nas áreas de leite e carne.
A comitiva liderada pelo ministro da Agricultura australiano visitará várias cidades brasileiras com tradição em pecuária leiteira para conhecer de perto a sanidade e a genética do rebanho nacional. Os australianos também visitarão os outros países da Aliança na América do Sul (Argentina, Chile e Uruguai). “O bloco vai defender o comércio internacional de leite. Juntos, esses países poderão se inserir no mercado global com mais força”, destacou.
Custos
Conforme Macel Caixeta, os custos australianos para produção de leite são semelhantes aos brasileiros (cerca de US$ 0,13 por litro). “Este é um custo elevado porque o produtor não está ganhando nada com o preço atual do leite”, ressalta o presidente da Faeg. Atualmente, o produtor brasileiro recebe, em média, R$ 0,44 pelo litro do leite. O maior preço chega a, no máximo, R$ 0,55. Os europeus recebem, em média, US$ 0,33 por litro.
O acordo para formação da Aliança Láctea Global está sendo feito através da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). O presidente da Faeg acredita que esse acordo possa até melhorar os preços do leite no mercado nacional e internacional. Segundo ele, o Brasil já começou a exportar leite e pode elevar suas exportações em breve. “Mais de 80% de nossa produção já é resfriada na fazenda, o que eleva muito nossa credibilidade no mercado mundial”.
Macel Caixeta acredita que este seja um bom momento para investir em exportações, pois a União Européia e os Estados Unidos não conseguirão manter os subsídios por muito tempo. Entre 1991 e 2001, a produção goiana de leite cresceu 76,4%, e responde por quase 10% (2 bilhões de litros por ano) do volume total produzido no País, que é de 21 bilhões de litros.
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