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Alimentação: Demissões 47% maiores

Segmento encerrou primeiro semestre deste ano com mais de 1,1 mil desligamentos. Em igual período de 2008 foram 750


A indústria da alimentação da Grande Cuiabá encerrou o primeiro semestre deste ano com um total de 1.102 demissões. Os números são do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Cuiabá e Várzea Grande e representam um incremento de 46,93% em relação às 750 homologações efetivadas pela entidade no primeiro semestre do ano passado. A crise financeira mundial foi apontada pela entidade como a principal causa das dispensas no setor.

De acordo com o presidente do sindicato, Sidney Amorim, a indústria frigorífica respondeu por 60% das homologações, sendo que a Sadia foi a que mais se destacou em rescisões trabalhistas.

"Estimamos que 550 trabalhadores foram dispensados da empresa no período de janeiro a junho deste ano", informou Amorim. Mas, segundo ele, o cenário econômico já começou a melhorar e as empresas retomaram as contratações.

"Temos informações de que pelo menos 50% dos trabalhadores demitidos já foram recontratados pelas empresas. A Sadia também retomou as admissões", disse Amorim, lembrando que a indústria chegou a ampliar seu quadro para quatro mil funcionários no ano passado, após os investimentos na planta de Várzea Grande.

As dispensas registradas no setor de frigoríficos atingiram principalmente as áreas de abates e industrializados. "As empresas, contudo, já estão chamando os trabalhadores e acreditamos que até o final do ano o quadro estará normalizado", prevê o presidente do sindicato.

Ele lembra que pode ocorrer movimento de contratações e demissões. "É normal, sempre existe rotatividade. Mas, estamos percebendo que o cenário está firme e o ritmo das contratações será mantido nos próximos meses".

Amorim informou que os funcionários dispensados estão vivendo do seguro-desemprego ou trabalhando na informalidade. "Não tem alternativa. O trabalhador sempre procura fazer alguma coisa para não ficar totalmente parado durante o período em que ele recebe o auxílio do governo federal".

RANKING - O segundo setor com o maior volume de homologações realizadas é a indústria da panificação, com 25% do total, 275 trabalhadores dispensados este ano.

O setor de bebidas aparece em terceiro lugar, com 215 homologações, concentradas nas plantas da Ambev, Kaiser, Renosa (Coca-Cola) e Refrigerantes Marajá. O restante das demissões - 5% - é de outros setores.

Sidney Amorim atribui as demissões às dificuldades de crédito e às altas taxas de juro, provocadas pela crise financeira mundial no segundo trimestre do ano passado.

"Percebemos que o quadro mudou e a situação atual é outra. Apostamos na normalização ainda este ano".

PATRONAL - O presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Alimentação no Estado (Siamt), Marco Lorga, também acredita que o pior momento já passou.

"As empresas sentiram a crise no começo do ano e foram obrigadas a dispensar mais do que o normal. Porém, as empresas já estão se recuperando e os investimentos sendo retomados", afirmou ele.

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