CI

Alimentação rica em ultraprocessados diminui capacidade de digerir vegetais

O estudo aponta que esses organismos passaram por um processo de adaptação e diversificação, relacionado à evolução da dieta humana.


Espécies são abundantes em humanos antigos, primatas não-humanos e populações rurais contemporâneas, representando de 20% a 40% do microbioma intestinal Espécies são abundantes em humanos antigos, primatas não-humanos e populações rurais contemporâneas, representando de 20% a 40% do microbioma intestinal - Foto: Canva

Com colaboração de Franquiéle Bonilha

Uma descoberta recente, destacada na revista científica Science, diz que cientistas revelaram a presença de bactérias capazes de degradar celulose, o componente principal das células vegetais, no intestino humano.

Até então, essa capacidade era atribuída apenas aos ruminantes, cujos sistemas digestivos complexos colaboram para extrair uma quantidade substancial de calorias da celulose. No entanto, essa pesquisa mostrou que essas bactérias também fazem morada nos intestinos humanos.

O estudo aponta que esses organismos passaram por um processo de adaptação e diversificação, relacionado à evolução da dieta humana. Ao longo do tempo, adquiriram genes de outros micróbios intestinais. Essas espécies são abundantes em humanos antigos, primatas não-humanos e populações rurais contemporâneas, representando de 20% a 40% do microbioma intestinal. No entanto, em áreas urbanas, sua presença é drasticamente reduzida, muitas vezes abaixo de 5%. Essa discrepância sugere que a diminuição dessas bactérias está ligada ao estilo de vida ocidental e à dieta rica em alimentos processados, enquanto as populações rurais mantêm uma alimentação tradicionalmente rica em vegetais.

Além de desvendar esse fascinante aspecto da microbiota intestinal, a pesquisa traz à tona questões sobre a saúde metabólica das populações urbanas. A perda dessas espécies-chave pode estar contribuindo para o aumento de problemas metabólicos. No entanto, os resultados oferecem uma luz de esperança ao sugerir a possibilidade de reintroduzir ou enriquecer essas espécies no intestino humano através da ingestão probiótica, utilizando cepas presentes em ruminantes e primatas não-humanos.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.