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Alta dos insumos preocupa produtores goianos

Fertilizantes oneram mais,especialmente No caso do milho, com alta de até 40% neste início da temporada de aquisição de adubos


A safra 2007/08 nem começou a ser plantada e já causa preocupação aos agricultores devido à alta no preço dos custos de produção. Levantamento realizado pelo Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg) constatou aumento de 10 a 13% por cultura. As maiores altas foram registradas nos preços dos fertilizantes, principalmente dos componentes básicos, como nitrogênio, fósforo e potássio. A alta também é expressiva nos formulados que levam maiores quantidades de nitrogênio em sua composição, notadamente os utilizados no cultivo do milho.

Um exemplo claro é o preço da adubação do milho. Segundo o assessor para assuntos econômicos da Faeg, Pedro Arantes, os fertilizantes utilizados na cultura apresentaram aumento de 40% no início da temporada, que representa o pico das compras de insumos para o plantio da safra verão, correspondente aos meses de agosto e setembro. “Além dos formulados, 40 dias após o plantio é feita a adubação de cobertura com o nitrogênio.”

O preço dos fertilizantes da soja também subiram 40%, em média, afirma Pedro Arantes. Com esses aumentos, o insumo passa a representar de 20 a 25% do custo total de produção. Quem cultiva variedades transgênicas está sofrendo duplo impacto no aumento de preços, apurou o levantamento da Faeg. O glifosato usado na soja geneticamente modificada apresenta alta de até 50% em relação aos preços da safra passada.

Fungicidas, inseticidas e outros tipos de herbicidas que não o glifosato apresentaram aumentos menores, variando de 5 a 7%. O impacto no bolso do produtor, nesse caso, está mais relacionado ao número de aplicações de fungicida para o controle da ferrugem asiática na oleaginosa. O custo de cada aplicação por hectare equivale a 3 sacos de soja.

Normalmente, o produtor faz duas aplicações preventivas, mas nas safras mais chuvosas podem ser necessárias até quatro aplicações, o que resulta em um aumento do custo de produção de aproximadamente 16%.

O aumento dos preços dos fertilizantes tem sido atribuído pelas indústrias à inesperada elevação da demanda externa e, principalmente, à procura interna motivada pela expansão da área cultivada com cana-de-açúcar e, ainda, devido a problemas relacionados à produção mundial das matérias-primas e ao aumento do preço do petróleo.

Empate na soja:

Mesmo com o preço da soja em recuperação, o produtor estará praticamente empatando na próxima safra, caso a cotação da commodity se mantenha nos mesmos níveis. Com quatro aplicações de fungicida, o custo de produção por hectare subiu de 42 sacas por hectare para 47 sacas, para uma produtividade média de 47 sacas em Goiás, o que torna a cultura uma atividade de alto risco. “Qualquer problema com o clima ou com alguma doença como a ferrugem pode colocar tudo a perder.”

No caso do milho, o prejuízo é praticamente certo se o agricultor não alcançar um índice de produtividade acima da média de 95 sacas por hectare obtida em Goiás. O custo de produção do cereal saltou de 95 sacas por hectare para 101,5 sacas, um prejuízo de 6,8%.

Essa situação deve determinar a redução da área plantada com o cereal na safra de verão, embora ela não deva ser expressiva, reconhece o assessor da Faeg, em razão da área ocupada pela cultura já estar no limite do que é cultivado, necessariamente, para fazer a rotação com a soja. A cada ano, o milho perde terreno na safra principal e se expande na safrinha, quando são boas as perspectivas de mercado.

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