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Alternativas diferenciadas geram bons resultados das safras de soja no RS

A palhada de milho que permaneceu da cultura anterior manteve a temperatura mais amena e reteve melhor a umidade


Em meio a um cenário de dificuldades ocasionado pela seca, o município de Doutor Maurício Cardoso, no Noroeste gaúcho, colhe bons resultados das safras de soja, mesmo com o acumulado de chuva de apenas 350 mm nos primeiros cinco meses do ano, volume abaixo da média histórica. No entanto, não é o acaso o motivo da produtividade. A palhada de milho que permaneceu da cultura anterior na área onde foi plantada a soja, de acordo com o extensionista rural da Emater-RS/Ascar, Alcides Arend, manteve a temperatura mais amena e reteve melhor a umidade.

Nos oito mil hectares cultivados na primeira safra, encerrada em meados de abril foram colhidas em média 25 sacas por hectare. Nos 45 municípios da região administrativa da Emater-RS/Ascar de Santa Rosa, a média foi de oito sacas por hectare. Já na “safrinha”, plantada em janeiro em 4.500 hectares no município de Doutor Maurício Cardoso, e colhida até início de junho, a produtividade média foi de 35 sacas por hectare.

“O município vem motivando os agricultores a buscarem novas tecnologias de produção e incentivando a manutenção e a implantação de novos sistemas de conservação de solos, realocando estradas para facilitar a captação das águas para as lavouras e auxiliando na construção de terraços de base larga”, destaca Arend, ao justificar que estratégias são adotadas para amenizar possíveis efeitos de intempéries climáticas. “Os resultados de produtividade estão relacionados ao uso de sementes de ponta, fertilização adequada e manejo fitossanitário correto. Vejo como um diferencial em relação à região. Grande parte dos produtores de Doutor Mauricio Cardoso tem sede de conhecimento técnico, participam de feiras, seminários, palestras, dias de campo e aceitam inovações”, completa.

Neste sentido, os extensionistas da Emater/RS-Ascar buscam incentivar a adoção de um conjunto de práticas que possam melhorar as estruturas física e química do solo. Entre elas estão a conservação do solo, plantas de cobertura para melhorar a infiltração da água, rotação de culturas, além da orientação no uso de cultivares adequadas à tecnologia utilizada pelo produtor. “Dispor aos produtores informações do Plano Safra, zoneamento agrícola, custo de produção, tendências de mercado e prognósticos climáticos também integram nosso trabalho”, destaca Alcides.


Entretanto, as respostas de melhora nos índices de produtividade não são imediatas. Os resultados hoje colhidos em Doutor Maurício Cardoso foram semeados no início dos anos 90, oportunidade em que se construiu uma grande parceria entre Emater/RS-Ascar, Poder Público Municipal, Cotrimaio e empresas ligadas ao setor, com apoio da Embrapa de Passo Fundo. Naquela época, segundo Arend, a erosão era um grande desafio a ser superado. Hoje, o motivo da boa produtividade está claro. “Um pequeno segredo para uma boa colheita é a rotação de culturas, manter o solo coberto com uma boa palhada, melhorando a fertilidade, e não permitir a perda de água por escorrimento”, finaliza o extensionista da Emater/RS-Ascar.

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