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Ambientalista pede fim do desmatamento do Cerrado


Ambientalistas e pesquisadores universitários de Montes Claros reivindicam a decretação da “moratória do Cerrado”, para impedir o licenciamento para a extração da mata nativa do bioma no Norte de Minas. O pedido foi apresentado ao Conselho de Política Ambiental (Copam-Norte), durante reunião realizada na última terça-feira, no Centro Cultural de Montes Claros. Os pesquisadores e ambientalistas são do Núcleo de Estudos e Ações Ambientais, criado pela Curadoria da Bahia Hidrográfica do Rio São Francisco, que tem como objetivo discutir ações e estudos sobre o meio ambiente na região.

O promotor Paulo César Vicente Lima, da Curadoria da Bacia do São Francisco, propôs a criação de núcleo semelhante no Copam-Norte, e a sugestão foi acatada pela entidade. A pesquisadora Simone Narciso Lessa apresentou as justificativas técnicas da moratória, alegando que há risco de o Cerrado ser extinto na região até 2030, se for mantido o nível degradação. Segundo ela, o bioma está sendo “destruído física e culturalmente, exigindo que o Copam-Norte adote medidas para reverter a situação”. A pesquisadora alega que, apesar de o Cerrado ter cerca de 204 milhões de hectares no Brasil, não há diagnóstico ou pesquisa que indique sua extensão e situação no Norte de Minas e a primeira medida deveria ser esse estudo.

De acordo com Simone Narciso, a expansão da silvicultura, com o reflorestamento, “está encolhendo o Cerrado, que está sendo queimado gradualmente para a produção de carvão”. Por isso, ela propôs a suspensão das licenças ambientais para reflorestamento e a destruição de matas nativas. “Já houve muito desmatamento, e não é preciso derrubar nenhum centímetro a mais do Cerrado, bastando aproveitar o que já foi autorizado”, alega.
O promotor Paulo César Vicente Lima afirmou que há preocupação com a produção e o trânsito ilegal de carvão no Norte de Minas, pois “mais de 290 mil metros do produto saem da região, por ano, sem agregar benefício, pois não gera desenvolvimento”. Segundo ele, a região precisa adotar medidas eficientes no setor, já que “o Cerrado é a caixa d’água do país”.

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