CI

Análise de mercado do milho

Em fevereiro do ano passado a média havia sido de US$ 5,50/bushel.


Foto: Eliza Maliszewski

As cotações do milho, em Chicago, igualmente se elevaram durante esta semana, com o bushel fechando a mesma em US$ 7,51 para o primeiro mês cotado (este valor não era visto desde meados de maio do ano passado naquela Bolsa), contra US$ 6,95 uma semana antes. A média de fevereiro fechou em US$ 6,50, representando um aumento de 6,7% sobre janeiro. Em fevereiro do ano passado a média havia sido de US$ 5,50/bushel.

O conflito entre Rússia e Ucrânia está no centro das atenções deste mercado. Afinal, em a guerra continuando, há fortes possibilidades de o milho e o trigo produzido nestes países não ser exportado. Na Ucrânia, devido ao cerco russo, e na Rússia, devido as represálias dos países ocidentais. Lembrando que as previsões iniciais de exportação, para o corrente ano, davam conta de vendas ucranianas em 33,5 milhões de toneladas e russas em 4,5 milhões.

Em paralelo, o Fórum Outlook, promovido no final de fevereiro pelo USDA, apontou uma possível redução de área a ser semeada com milho nos EUA nesta nova safra. A mesma ficaria em 37,23 milhões de hectares, com recuo de 1,51% sobre a área do ano anterior. Já no Brasil, os preços do milho se mantiveram firmes, com a média gaúcha fechando a semana em R$ 92,65/saco. Nas demais regiões do país, os preços oscilaram entre R$ 76,00 e R$ 93,00/saco, com muitas localidades sem cotação no momento.

Enquanto isso, na B3 os contratos se aproximaram dos R$ 100,00/saco, com março abrindo o pregão, na quinta-feira (03), em R$ 99,21/saco, maio em R$ 99,16, julho com R$ 93,85 e setembro com R$ 93,66/saco. Pressiona o mercado brasileiro o desenrolar da colheita de verão, mesmo que frustrada, enquanto o plantio da safrinha de milho avança bem, com o clima estando positivo nas regiões produtoras da mesma. Isso acomoda os compradores, embora os preços pouco recuem.

Dito isso, espera-se uma área recorde para o milho safrinha e para o sorgo, fato que, em clima normal, gera mais tranquilidade ao setor de rações, acomodando o mercado. O plantio da segunda safra de milho chegava a 64% da área esperada neste início de semana que passou, contra 39% há um ano. Porém, no Paraná, São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul há preocupação com a falta de umidade no solo. Por sua vez, a colheita do milho de verão, no Centro-Sul brasileiro, atingia a 37%, contra 28% em igual momento do ano passado. A estimativa de produção para a safra de verão está muito variável, com o extremo de 18 milhões, até 25 milhões de toneladas, quando inicialmente se esperava algo próximo a 30 milhões.

A quebra é muito grande no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e sul do Mato Grosso do Sul. Por enquanto, somando as três safras brasileiras de milho a estimativa é de uma produção total entre 112 e 116 milhões de toneladas. Por outro lado, no Mato Grosso a semeadura da safrinha de milho já chegou a 83% da área esperada, contra 55% no mesmo período do ano passado. A janela ideal teria fechado em 28/02, o que significa que 17% da área será semeada com risco de obter menor produtividade.

Enfim, as exportações brasileiras de milho, em 2021/22, deverão alcançar 40 milhões de toneladas, contra 20,9 milhões no ano anterior. O consumo interno ficaria em 75,5 milhões, contra 71,5 milhões de toneladas em 2020/21. (cf. StoneX) Para março, as vendas externas devem recuar para apenas 30.000 toneladas, contra 115.120 toneladas em março do ano passado e 523.340 toneladas em fevereiro último. (cf. Anec)

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.