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Análise semanal do mercado da soja

China informou que suas importações de soja, em março, atingiram a 6,3 milhões de toneladas


O mercado da soja, em Chicago, ensaiou um movimento de alta durante esta semana, porém, o mesmo acabou sendo abortado pela consistência na oferta mundial, com o avanço da colheita na América do Sul e a possibilidade de substituição de área de milho, em favor da soja, nos EUA, devido ao excesso de chuvas neste início de plantio do cereal. Como se sabe, o forte do plantio da soja naquele país se dará em maio.

Assim, o fechamento desta quinta-feira (27) ficou em US$ 9,45/bushel, contra US$ 9,46 uma semana antes. Por sua vez, colaborou para que o mercado ficasse nos patamares mais baixos o bom avanço do plantio da soja nos Estados Unidos. Até o dia 23 de abril a área plantada estava em 6% contra a média histórica de 3% para esta época do ano.

Além disso, os fracos números das exportações estadunidenses ajudaram a pressionar o mercado. As exportações líquidas de soja, referentes à temporada 2016/17, iniciada em 01 de setembro, ficaram em 211.000 toneladas na semana encerrada em 13 de abril. O número ficou 60% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Para a temporada 2017/18, foram exportadas mais 14.000 toneladas. Ora, o mercado esperava um volume total entre 350.000 e 750.000 toneladas no somatório das duas temporadas.

Já as inspeções de exportação norte-americanas de soja chegaram a 634.877 toneladas na semana encerrada no dia 13 de abril. No acumulado do ano 2016/17, iniciado em 01 de setembro, as inspeções estão em 48,9 milhões de toneladas, contra 42,7 milhões na mesma época do ano comercial anterior.

Pelo lado de uma possível recuperação das cotações em Chicago se encontra o fato de os fundos e especuladores estarem muito vendidos e iniciam, mesmo que lentamente, um movimento de compra que pode puxar as cotações do grão para cima. Todavia, tudo irá depender da pressão da oferta mundial que, no momento, é grande.

Nesse sentido, a colheita brasileira está quase em seu final, com o volume total devendo chegar ao recorde de 111 milhões de toneladas. Na Argentina, até o dia 24/04 a colheita atingia a 21% da área e o volume final esperado permanecia em 56,5 milhões de toneladas.

Quanto ao lado consumidor, a China informou que suas importações de soja, em março, atingiram a 6,3 milhões de toneladas, com um crescimento de 3,7% sobre igual mês de 2016. Nos primeiros três meses de 2017 a China teria importado 19,5 milhões de toneladas ou 20% acima de igual período do ano passado. O mercado já cogita que os chineses possam ultrapassar as 90 milhões de toneladas importadas neste ano, contra uma expectativa atual de 88 milhões.

No Brasil, graças a uma pequena desvalorização do Real durante a semana, quando o mesmo chegou próximo de R$ 3,21 em alguns momentos, os preços da soja melhoraram um pouco. O balcão gaúcho fechou a semana em R$ 57,14/saco em média, enquanto os lotes atingiram valores entre R$ 61,00 e R$ 63,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 53,00/saco em Diamantino e Sorriso (MT), até R$ 66,00/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 63,80 em Maringá (PR) e R$ 55,50 a R$ 58,50/saco em Pedro Afonso (TO) e Uruçuí (PI).

Segundo Safras & Mercado, até o dia 20/04 a colheita brasileira de soja atingia a 93% da área, contra 90% na média histórica para esta época do ano. 

Do total produzido em soja neste ano, o Brasil espera esmagar 41 milhões de toneladas e exportar 60 milhões. O estoque final de grãos de soja no final do ano comercial brasileiro (31/01/2018) deverá atingir a 10,1 milhões de toneladas, sendo quase cinco vezes superior ao estoque registrado um ano antes. Em farelo de soja, o país espera produzir 31,18 milhões de toneladas e exportar 15,5 milhões, com estoques finais ficando ao redor de 1,3 milhão de toneladas, contra 1,7 milhão um ano antes. Em óleo de soja a produção nacional deverá alcançar 8,12 milhões de toneladas, com um consumo total de 6,85 milhões, sendo 2,65 milhões de toneladas em biodiesel. As exportações nacionais de óleo de soja ficariam em 1,4 milhão de toneladas neste ano comercial, com os estoques recuando para 626.000 toneladas, contra 736.000 um ano antes.

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