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Aniversário de 40 anos da Embrapa é comemorado em Sete Lagoas


Foi com um misto de resgate histórico, projeção para o futuro e reconhecimento aos vários parceiros (tanto internos como externos) que a Embrapa Milho e Sorgo e escritório de Sete Lagoas da Embrapa Produtos e Mercado comemoraram, na última sexta-feira, 26 de abril, o aniversário de 40 anos da Embrapa.


Os empregados, estagiários, bolsistas e aposentados foram recebidos para um café da manhã musical. Quem cantou foi a dupla Gilberto e Juninho, empregados da Embrapa Produtos e Mercado. Os dois têm CD gravado e se apresentam em diversas oportunidades pela região. O som é o sertanejo tradicional, que muitos chamam viola caipira. Logo após, houve culto ecumênico, quando representantes de três religiões (Espírita, Evangélica e Católica) falaram sobre o momento de comemoração de um aniversário, levando reflexões aos participantes. Além de citações religiosas, foi lembrada a importância do trabalho da Embrapa para o país.

O chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Antônio Álvaro Corsetti Purcino, lembrou que, além dos 40 anos da empresa, a Unidade recentemente completou 38 anos. Ele fez uma relação direta entre o avanço da agricultura brasileira e o trabalho da Embrapa. No início dos anos 1970, quando a empresa começou sua trajetória, o Brasil plantava 17 milhões de hectares e colhia 32 milhões de toneladas de grãos. Agora, os números são bem mais expressivos: 50 milhões de hectares e mais de 180 milhões de toneladas de grãos.

Em relação à produtividade de milho, Antônio Álvaro comentou que, de menos de duas toneladas por hectare na década de 1970, agora metas de dez toneladas por hectare são comuns entre os agricultores, com relatos de produção de até 18 toneladas por hectare. O chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo lembrou algumas tecnologias que foram pioneiras na história da empresa, como a transformação dos solos inférteis do Cerrado em áreas produtivas, o desenvolvimento de cultivares e a criação dos BAGs (Bancos Ativos de Germoplasma), para ele "importantes reservas genéticas para o Brasil".

A importância do trabalho com a cultura do sorgo também foi ressaltada por Antônio Álvaro. Segundo ele, relatos de representantes da iniciativa privada dão conta de que, sem a Embrapa, dificilmente haveria expansão dessa cultura agrícola no país. O pioneirismo de pesquisas em MIP (Manejo Integrado de Pragas) e em controle biológico, além da colaboração no desenvolvimento de máquinas agrícolas, foram outras ações lembradas. As barraginhas, hoje disseminadas Brasil afora, tiveram especial menção. "A tecnologia social das barraginhas é a mais importante da Embrapa. Hoje, há cerca de 500 mil delas no país. Inclusive, o Ministério Público tem exigido a instalação de barraginhas em alguns estados por conta de problemas com seca", explicou Antônio Álvaro.

Em relação aos desafios futuros, o chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo citou que é preciso transformar o Brasil em grande produtor e exportador mundial de milho, melhorando os já expressivos números e chegando a 100 milhões de toneladas de produção e a 30 milhões de toneladas de exportação. "Temos também que consolidar o sorgo como cultura energética. O Brasil não pode ficar só com a cana como opção nessa área", disse, completando com outro desafio, o de consolidar a transferência de tecnologia da Unidade, tanto em relação aos produtores mais ligados ao grande agronegócio como em relação aos agricultores familiares.


Resgate histórico - Gisela de Avellar e Arnaldo Ferreira da Silva são ex-empregados da Embrapa. Hoje aposentados, tiveram a incumbência, no final da década de 1990, de registrar a história dos então 25 anos da Embrapa Milho e Sorgo, comemorados em 2000. Desse trabalho, surgiram um livro, pioneiro em toda a empresa e impresso antes mesmo do Projeto Memória (que hoje é corporativo), e um vídeo. Os dois contaram parte dessa experiência na sexta-feira.

Gisela lembrou que há pesquisas agropecuárias em Sete Lagoas desde 1907; portanto, há 106 anos. Ela contextualizou a história da criação de diferentes instituições públicas de pesquisa na região, começando por um campo de experimentação de 4,84 alqueires em solo de Cerrado no atual distrito de Wenceslau Braz. Ressaltando a importância do resgate da história, ela disse que "muitas vezes, a análise da história nos leva a decidir melhor e a planejar o futuro".

Já Arnaldo Ferreira contou que, no projeto de resgate que originou o livro e o vídeo, foram realizadas entrevistas com várias pessoas, como aposentados e ex-empregados. De acordo com ele, a preocupação era fazer do livro um projeto de memória e não um relatório de pesquisa. Arnaldo lembrou ainda que, antes da Embrapa, houve no atual terreno onde está a empresa outras instituições, como o IAO (Instituto Agronômico do Oeste) e o Ipeaco (Instituto de Pesquisa e Experimentação Agropecuária do Centro-Oeste).

Marcelo Dressler, do escritório de Sete Lagoas da Embrapa Produtos e Mercado, falou em nome desta Unidade. Ele destacou a dedicação mostrada pelos funcionários ao longo da história da Embrapa e disse que, frente a problemas no caminho, pode-se escolher entre reclamar, sentar num banco ou fazer algo para mudar a situação. Marcelo ressaltou que é preciso fazer o tempo que os funcionários passam na Embrapa ser proveitoso: "aqui, nós vivemos parte de nossas vidas. Tem que valer a pena passar esses momentos".

Após as várias falas, os atuais e os ex-empregados, bolsistas e estagiários cantaram parabéns pelos 40 anos da Embrapa. Para comemorar a data, está sendo distribuído um squeeze com a marca dos 40 anos da empresa.

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