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Ano deve ser de estabilização para economia do MT

Para economista, 2006 foi o ano da superação e somente em 2008 haverá a retomada dos lucros


Depois de dois anos seguidos de crise no principal vetor da economia mato-grossense, o agronegócio, as sinalizações de novos e bons tempos começam a ser sentidas pelo setor produtivo, não apenas o rural, mas em todos os segmentos. Como resume o economista e consultor da Fundação Getúlio Vargas, Vivaldo Lopes, “2006 foi o ano da superação, 2007 promete estabilização e em 2008 o Estado voltará colher seus louros, por meio da retomada dos lucros, seja pelas commodities, como também pelas indústrias”.

Como explica Lopes, 2007 “superará com muito suor e lágrima a crise do agronegócio. O biodiesel surgiu no momento certo, pois vai reduzir os custos na produção agropecuária e vai estimular a base industrial do Estado”.

Lopes lembra que a crise criou saídas e também contribuiu para ampliar a base produtora mato-grossense, valorizando culturas como a mamona e o girassol, como também a própria soja, que passou por duas safras seguidas sem gerar liquidez ao produtor. “Neste mesmo intervalo durante a crise, os problemas no campo contribuíram para aceleração do processo de verticalização da produção. Hoje temos desde a Sadia e a Perdigão, que vão fortalecer a produção de soja e milho, como a fábrica de latinhas de alumínio Rexam, a Santana Têxtil, que vai se aproveitar do algodão, e tantas outras que ultimam sua chegada ao Estado”.

Até 2010, Mato Grosso tem mais outros R$ 1,5 bilhão em investimentos assegurados, fora os R$ 1,5 bilhão já consumado de 2004 até 2006. “As indústrias que estão se instalando ou já em operação é que vão sustentar a economia daqui para frente. As grandes plantas estão vindo para perto da matéria-prima e o cenário interno e externo é favorável ao consumo”, assegura. Como exemplo do impacto da atração de novos investimentos, o economista conta que indústrias como a Sadia movimentam outros 42 segmentos, “desde o transporte aéreo, a prestadoras de serviços diretas à própria Sadia, até hotéis”.

“É inquestionável que a crise sobre o agronegócio, registrada desde a safra 04/05, afetou duramente o Estado, principalmente pela difícil logística, que tira o lucro do produtor, encarece a aquisição de insumos, tornando-o menos competitivo”. Mas Lopes reforça sua análise feita em dezembro de 2005 para o Diário: “Os problemas foram originados da falta de liquidez, ou seja, conjunturais, são passageiros. A crise não é algo estrutural, onde a matriz precisa ser alterada. Prova disso é que as sinalizações de mudanças para melhor estão dadas para a partir de 2007. Para se ter uma idéia do que falo, somente em novembro o preço do milho registrou alta de 11%. Um novo capítulo se inicia”.

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