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Apesar de recorde, safra de cana em MS perde 7 milhões de t

Foram moídos 33,85 milhões de t na safra 2011/2012


Foram moídos 33,85 milhões de toneladas na safra 2011/2012 apesar da influência negativa do clima na produção
 
A safra de cana de açúcar em Mato Grosso do Sul atingiu 33,85 milhões de toneladas no período 2011/2012, encerrado no último dia 31, número considerado recorde, porém, sete milhões abaixo da estimativa que era chegar perto dos 41 milhões de toneladas.

O principal motivo, mais uma vez, a exemplo dos últimos três anos, foi o fator climático. Em março e abril do ano passado, além de junho e julho, período que registrou até geada, o excesso de chuvas foi determinante no atraso da colheita. No primeiro mês deste ano os danos também foram sentidos, mas com menor intensidade, comparados a culturas como soja e milho.

As informações foram divulgadas pelo presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), Roberto Hollanda, na manhã desta sexta-feira na sede do órgão em Campo Grande.

Mesmo com a frustração quanto à estimativa da produção nesta safra, os números foram comemorados. O volume moído faz do Estado o quinto maior produtor atrás de São Paulo (303,42 milhões de toneladas), Minas Gerais (49,23), Goiás (45,22) e Paraná (40,52).

Mas é em relação aos prejuízos provocados pela chuva na colheita que MS leva vantagem. São Paulo teve prejuízo de 16%, Minas Gerais 10%, Paraná 6%, Goiás 3%, enquanto Mato Grosso do Sul apenas 1%.

Comparado a anos anteriores, a safra deste ano cresceu pouco em relação ao ano passado, quando registrou 33,51 milhões de toneladas. O período 2009/2010 atingiu 31 milhões.

Etanol - Dos 33,85 milhões de toneladas, 63% foram destinados a produção etanol, quantidade acima da média nacional, superior a pouco mais de 50%, enquanto os outros 37% são de açúcar.

O etanol anidro, misturado junto à gasolina, com 18%, foi o produto que mais cresceu, segundo aponta a Biosul, com 425,8 milhões de litros, reflexo também da queda do etanol hidratado, usado em veículos flex, que caiu 19% com 1,205 bilhões de litros. Somados apresentaram baixa de 11,5% em relação à safra passada.

Ainda quanto ao etanol, 88% da produção em Mato Grosso do Sul é exportada para outros Estados e apenas 12% abastece o mercado interno.

Mesmo o registro da alta produção, o presidente da Biosul admite que o etanol vive momento de crise no País, sobretudo, pelo mercado de veículos fabricar de maneira intensa veículos flex e o mercado não suportar a demanda.

Ele criticou o governo federal pela política em relação aos combustíveis. “Há uma desoneração na gasolina, o que não ocorre com o etanol”, lamentou, destacando a contradição da medida, já que o País tem alto potencial de produção do etanol, que também é mais sustentável.

Outros produtos - Já o açúcar registrou aumento de quase 1,6 milhões de tonelada no Estado, sendo o segundo colocado nas exportações com US$ 650 milhões de receita.

Do total, o destaque é 66% da produção do açúcar VHP, voltado para exportação, devido a sua alta polarização. Na forma bruta, o produto facilita o transporte e é refinado em outros países. Outros 543 milhões de toneladas ficam no mercado interno.

Outra frente de produção é a bioeletricidade que, segundo Roberto Hollanda, deixou de ser subproduto. No ano passado foram gerados 1.100 gw/h no Estado, produzidos a partir do bagaço da cana, que representa 1/4 de todo o processo. Em 2009 a capacidade era apenas de 202 gw/h. Para se ter uma ideia, o consumo residencial atingiu 1.240 gw/h em MS.

Hollanda explica que a bioeletricidade não é voltada para residências e, sim, para o próprio funcionamento das usinas.

Área - Ainda conforme os dados divulgados pela Biosul, atualmente, 600 mil hectares em Mato Grosso do Sul são cultivados com cana, o que representa 4% do contingente de terras.

Outros 12% são destinados a outras culturas, como soja e milho, e 84% para a pecuária. O Estado tem, segundo estudos, 8 milhões de hectares de pastagens subaproveitadas.

Ainda em relação a área de cana, 480 mil hectares são de colheita, 39 mil hectares de renovação, 77 mil de plantio e 19 mil para produção de sementes/mudas.

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