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Após seca, Paraná tem julho mais úmido dos últimos anos

Precipitações de julho acumularam mais que o dobro da média histórica em muitas regiões do estado. Produtores relatam perdas no milho safrinha, no trigo e no café


Depois de perder parte da última safra de verão e da safrinha para a seca, os produtores do Paraná agora se preocupam com o excesso de chuva. Precipitações caíram quase ininterruptamente durante o mês passado, dificultando a colheita do milho safrinha e comprometendo lavouras de trigo e café. As chuvas constantes fizeram com que algumas regiões do estado registrassem o julho mais chuvoso da história.

É o caso dos Campos Gerais, onde as chuvas dos últimos 30 dias bateram recorde de intensidade. De acordo com o Simepar, os municípios da região tiveram o mês de julho mais chuvoso desde 1997, quando começa o histórico do órgão. Guarapuava é a cidade que registra o maior volume, com 350 milímetros de chuva ante média histórica de 124 mm. Na região de Ponta Grossa, choveu no mês passado 2,5 vezes mais que a média para a região, de 96 mm. O cenário nos Campos Gerais é oposto ao de 2008, quando, no auge da estiagem, foi a única região que não foi tão prejudicada, e conseguiu a melhor produtividade na primeira safra.

A grande variedade de climas e relevos impede o Simepar de realizar um levantamento estadual, mas dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que nenhuma região do estado acumulou menos de 100 mm de chuva em julho.

O produtor Juvercindo Gaia, da região de Campo Mourão (Noroeste), lamenta as adversidades sucessivas enfrentadas na produção de milho. Após chover o dobro do esperado em julho, Juvercindo mostra o estrago provocado pelo excesso de umidade nas espigas, que na semana passada apodreciam em sua propriedade. Ele lembra que depois da estiagem no início do ciclo, além da chuva também enfrentou geada.

Previsão

Paulo Etchichury, meteorologista do Instituto Somar, relata existir uma frente fria estacionada sobre grande parte da Região Sul do Brasil. Essa frente se estende do Norte do Rio Grande do Sul até o interior de São Paulo, e abrange uma grande parte da área produtiva do Brasil. A partir desta semana, no entanto, as chuvas devem perder força e se tornar mais esparsas. "Não vão parar definitivamente, mas começam a se intercalar com períodos de sol. No início de agosto, começa a fazer um pouco de calor à tarde", afirma Etchichury. Porém, segundo o meteorologista, o alívio não vai durar muito. "Uma nova frente fria deve se instalar no Paraná dias 11 ou 12 de agosto. Será curta, com no máximo três dias de duração, e sem chuva. Mas, por ser inverno, é considerável o risco de geada. Deve ser a última onda de frio no estado em 2009."

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