Aquecimento global aumentará número de patógenos vegetais

O aquecimento global aumentará a proporção de patógenos vegetais nos solos em todo o mundo, sendo que muitos deles também afetam alimentos e plantas medicinais importantes, o que provavelmente terá um impacto a longo prazo na segurança alimentar da população mundial. Este é o resultado de um estudo experimental publicado na revista Nature Climate Change, com contribuição significativa de pesquisadores do Centro Alemão de Pesquisa Integrativa em Biodiversidade (iDiv), Universidade de Leipzig (UL) e Universidade Martin Luther Halle-Wittenberg (MLU). 

Os pesquisadores revelam os patógenos fúngicos mais comuns encontrados em solos em todo o mundo e sugerem que os solos são um reservatório crítico de alguns dos mais importantes patógenos vegetais do mundo. É provável que isso afete muitas das culturas mais importantes do mundo, como trigo, girassol ou legumes, mas também plantas cosméticas ou medicinais, como Hibiscus e Aloe Vera, bem como espécies selvagens que servem como fonte de alimento para o gado. 

O estudo também fornece o primeiro atlas global de patógenos vegetais do solo, destacando os locais na Terra onde esses organismos são mais comuns hoje e serão em um futuro próximo. As projeções levam em consideração várias chamadas vias socioeconômicas compartilhadas, incluindo sustentabilidade, desigualdade regional e desenvolvimento de combustíveis fósseis. 

O estudo destaca que grandes regiões da Ásia, África, Austrália e América contêm altas proporções de patógenos vegetais no solo. Essas regiões correspondem a climas quentes, como os de desertos quentes e florestas tropicais. Os impactos do aquecimento são particularmente evidentes nos solos do Hemisfério Norte, no Ártico e na África do Sul, para os quais todos os cenários mostram um aumento sistemático da temperatura. Muitas das áreas afetadas também têm uma grande população humana e altas taxas de crescimento, o que pode indicar possíveis ameaças futuras à sua nutrição.