O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, garantiu que a implantação de áreas de refúgio nas culturas do algodão, soja e milho vai passar a valer na próxima safra, visto que a colheita destas culturas acontecem só em 2015. A garantia foi dada em reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados realizada nesta quinta-feira (05.06).
De acordo com o ministro, os técnicos do Ministério da Agricultura participam de uma discussão técnica para delimitar o percentual das áreas de refúgio nas propriedades. "O refúgio é importante para manter a sustentabilidade", frisou Geller.
O objetivo da técnica do refúgio é garantir à suscetibilidade dos insetos às toxinas do plantio transgênico. No entanto, se a área não for delimitada corretamente, o uso da tecnologia BT corre o risco de se tornar ineficiente, uma vez que pragas mais resistentes podem se desenvolver.
Esses espaços ainda não são regulamentados no Brasil e necessitam de parâmetros federais, inclusive para fiscalização. A intenção é que sejam adotadas regras semelhantes às utilizadas nos Estados Unidos e na Austrália, mas com padrões adaptados à realidade brasileira.
Tecnologia BT na safra nacional
Conforme último levantamento da consultoria Céleres, a soja geneticamente modificada ocupou 91,8% da área plantada com a oleaginosa na temporada 2013/14 no Brasil. O milho é a segunda cultura com maior adoção da tecnologia no Brasil, com 12,5 milhões de hectares, alta de 0,2% ante a safra passada. O algodão transgênico ocupou 710 mil hectares, ou 65% da área plantada com a pluma.