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Área de trigo deve ser 13% maior esta safra


A área cultivada com trigo pode alcançar 2,5 milhões de hectares, cerca de 13% mais que no ano passado, que foi de 2,2 milhões de hectares. A produção nacional deve chegar a 4,5 milhões de toneladas, ante 3,8 milhões na última safra. Mesmo assim, o País terá de importar cerca de 5 milhões, já que a expectativa dos 202 moinhos brasileiros é de uma moagem em torno de 9,5 milhões de toneladas.

Segundo o diretor de Finanças e Suprimentos do Moinho Anaconda, Fernando Augusto Souza, a safra passada foi prejudicada pelas geadas que ocorreram no início de setembro, e pelas chuvas no período da colheita. Mesmo assim, as produções de São Paulo e de Mato Grosso foram muito boas. "A expectativa é de um bom crescimento nessas áreas." Conforme explica Souza, o produtor de trigo tem uma "relação de namoro" com a cultura. "Quando tem uma safra ruim, ele jura que nunca mais vai plantar, mas basta se aproximar o período de plantio para mudar de idéia."

Decisão de plantio - A estabilidade nos preços também contribui para a decisão de plantio. Em 2002, o produtor chegou a receber até R$ 750,00 por tonelada. Os produtores paulistas, segundo ele, são favorecidos pelo período de colheita que antecede ao de outras regiões. "Quanto mais cedo, melhor a expectativa de preço." No sudoeste de São Paulo, a colheita começa em agosto.

Segundo o agrônomo Vandir Daniel da Silva, da regional de Itapeva da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), a região tem o maior índice do Estado em plantio direto, por isso investe muito nas culturas de inverno. "O trigo e o triticale são as melhores opções comerciais." Na região, já faltam sementes. Muitos produtores também plantam aveia. A Fazenda São Paulo, de Taquarivaí, adquiriu sementes para cultivar 550 hectares de trigo. No ano passado, essa mesma área foi dividida igualmente entre o trigo e o triticale.

O administrador João Jacinto Dias de Almeida decidiu apostar tudo no trigo este ano. Segundo ele, o triticale não é uma cultura tão rústica quanto se diz. "Tivemos problemas com fungos e parasitas." A produção, de sequeiro, foi afetada pelas geadas do início de setembro, seguidas pela estiagem. Os preços foram compensadores para as duas culturas. O trigo saiu a R$ 600,00 a tonelada, e o triticale, entre R$ 440,00 e R$ 450,00. "Vendemos tudo com facilidade."

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