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Área ocupada com cana ainda é pequena em Goiás

A cana-de-açúcar atinge 7% da área cultivada no Estado


Para o presidente-executivo do Sindicato das Indústrias de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás, Igor Montenegro Celestino Otto, não há argumentos que justifiquem a restrição do plantio da cana no município de Rio Verde ou em qualquer outro município. O dirigente destaca que as 18 culturas principais exploradas no Estado de Goiás ocupam 4 milhões de hectares, sendo que a soja ocupa 61% desse total, seguida pelo milho, com 17%. A cana-de-açúcar aparece em terceiro, com 7% da área cultivada.

“Até o ano passado, a área plantada com cana-de-açúcar estava atrás até do sorgo. É uma área muito pequena e, mesmo com toda a expansão, se chegarmos a dobrar essa área, ainda assim ela será muito menor do que a ocupada pelas outras culturas.” Igor Montenegro afirma não haver possibilidade da cana estabelecer concorrência com outras culturas.

O presidente executivo do Sifaeg ressalta os ganhos sociais e econômicos nos municípios que recebem investimentos do setor sucroalcooleiro. “A média de formalidade na área agrícola no Brasil é de 45%, enquanto no nosso segmento é de 82% no País e quase 100% em Goiás, conforme constatou a Delegacia Regional do Trabalho no Estado.”

Igor destaca que os trabalhadores do setor sucroalcooleiro são garantidos por uma convenção coletiva de trabalho, benefício que a maioria dos trabalhadores do interior do País não tem. Conforme levantamento do governo federal, prossegue ele, os rendimentos médios da área agrícola do setor sucroalcooleiro são 86% maiores que o dos trabalhadores agrícolas em geral do País e 46% acima do que recebem os trabalhadores da indústria.

Na área industrial, compara o presidente-executivo do Sifaeg, o setor paga 29% acima da média dos salários da indústria brasileira. “Com a área plantada de 5,6 milhões de hectares no País, o nosso faturamento supera R$ 30 bilhões e tem um superávit comercial de US$ 6 bilhões”, ressalta.

Livre iniciativa

O presidente da Comissão de Grãos do Sindicato Rural de Rio Verde, George Zaidem, teme que a restrição ao plantio da cana afugente investimentos do setor no município. Como possível conseqüência, ele cita a instalação de indústrias em municípios vizinhos, que passariam a se beneficiar da arrecadação de impostos e demais vantagens proporcionadas pela atividade.

O Sindicato Rural de Rio Verde, segundo George Zaidem, não se opõe a que o desenvolvimento das atividades agrícolas seja feito de maneira disciplinada, mas defende que para isso é preciso fazer um estudo socioeconômico que contemple a diversificação das culturas. Segundo o dirigente, o decreto fere a livre iniciativa e atende apenas parte da sociedade local, que teria sido sensibilizada com o alarde de que a atividade sucroalcooleira suplantaria todas as demais culturas do município.

Para o presidente da Comissão de Grãos do sindicato, os investimentos em agroenergia são bem-vindos pelos produtores. “Defendemos um modelo baseado na integração, em que os produtores do município forneçam a matéria-prima para a indústria”.

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