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Argentina investe R$ 15 milhões contra praga da videira

A traça da uva não está presente no Brasil mas país mantém alerta


Foto: Marcel Oliveira

A traça da uva (Lobesia botrana) segue tirando o sono dos produtores de uva argentinos. Os governos federal e da província argentina de San Juan, no oeste do país, investiram neste ano 238 milhões de pesos (o equivalente a cerca de R$ 15 milhões) contra a praga.

Foram comprados um inseticida de baixo impacto ambiental e feromônios (dissolvidos na água) para aplicações aéreas, além de 1,2 mil armadilhas para detecção dos insetos. O investimento foi 19% maior do que no ano passado, o que permitiu também ampliar o programa de proteção de 27 mil para 33 mil hectares, segundo a Diretoria de Saúde Vegetal e Animal da província.

Com isso o governo argentino consegue monitorar a incidência da praga e traçar mais ações de controle no Manejo Integrado de Pragas. Nesta fase entram os feromônios que podem ser aplicados via aérea ou espalhados no vinhedo. Eles liberam o cheiro produzido pela fêmea, causando confusão sexual no macho e o atraindo para as armadilhas. Com isso ele não consegue se reproduzir. 

Para que isso funcione, são necessárias áreas maiores que 4 hectares. Produtores que possuem vinhedos com tamanhos menores receberam inseticida, gratuitamente, para que pudesse ser aplicado. No total, foram mais de 11mil hectares assistidos com difusores e inseticida de forma terrestre e quase 22.mil hectares em forma aérea.

A vitivinicultura é a principal atividade econômica de San Juan, que por sua vez é a segunda mais importante produtora de vinhos do país, atrás de Mendoza (onde também ocorre um programa parecido). A luta contra a Lobesia botrana é coordenada no país pelo Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), em conjunto com as províncias que fornecem recursos. A aplicação dos produtos é obrigatória para os produtores de videiras em áreas em quarentena.

Quem não cumpre a norma está sujeito a multas de até 100 mil pesos (pouco mais de R$ 6 mil), dependendo da extensão do imóvel. Em San Juan, além da multa, o produtor ainda pode ter proibida a comercialização de suas uvas, caso não faça o trato das videiras.

Também chamada de traça-europeia-dos-cachos-da-videira, está classificada como quarentenária ausente no Brasil. As larvas e se alimentam dos cachos e dos frutos verdes, penetrando na baga e cachos, contaminando-os com suas fezes e expondo-os a contaminação com fungos (Botrytis, Aspergillus, Penicillium).

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