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Argentina mantém rédea curta nas trocas com o Brasil

Frios, biscoitos e demais alimentos brasileiros continuam demorados nas autorizações


Os consumidores argentinos receberam em pleno 1º de abril uma boa notícia: a volta de produtos premium às prateleiras dos supermercados. Presunto cru espanhol, pastas italianas, queijos franceses, cervejas belgas, enlatados israelitas, ketchup e mostarda americana são alguns dos produtos que o governo de Cristina Kirchner liberou a importação. Para o Brasil, no entanto, a liberação foi limitada e alcançou somente o milho e o abacaxi em lata.

Os frios, biscoitos e demais alimentos brasileiros continuam com o mesmo tratamento demorado nas autorizações. No ano passado, o superávit brasileiro no comércio bilateral sofreu uma queda de 73%, passando de US$ 5,9 bilhões para US$ 1,6 bilhão. O fluxo comercial entre os dois países em 2012 foi de US$ 34,44 bilhões, bem abaixo dos US$ 39,6 bilhões de 2011. As vendas brasileiras para a Argentina somaram US$ 18 bilhões, 21% menos do que os US$ 22,7 bilhões verificados no ano anterior. No primeiro bimestre de 2013, o resultado para o Brasil manteve a tendência de queda, com déficit para o Brasil de US$ 139 milhões

O comportamento da Argentina com outros países de fora do Mercosul, no entanto, foi bem diferente e o país vizinho registrou aumento de até 52% no superávit comercial em 2012, como a Alemanha, por exemplo.

Congelamento

Há duas semanas, a presidente Cristina Kirchner havia sinalizado com a possibilidade de reabrir as importações para forçar os empresários locais a baixar os preços em determinados segmentos. “A abertura para alimentos e bebidas vai em direção correta, mas precisamos que a liberação da entrada de insumos e peças para a indústria seja mais ágil”, disse o gerente de Relações Institucionais da Câmara de Importadores da República Argentina (Cira), Miguel Ponce. No caso específico do Brasil, o executivo preferiu não fazer comentários.

A importação de alimentos e bebidas pelos grandes supermercados foi liberada após a renovação por mais dois meses, na semana passada, do acordo de congelamento de preços. O congelamento havia sido anunciado em fevereiro com data de expiração no primeiro dia de abril. Há 10 dias, o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, negociou com as sete maiores cadeias (Coto, Jumbo, Carrefour, Vea, Disco, WalMart e La Anónima) a estabilidade dos preços e a adoção de um cartão de crédito emitido pelos próprios supermercados para reduzir o custo de suas operações com os bancos e emissoras de cartões.

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