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Argentina quer barrar importação de trigo fora do Mercosul

Ministro da Agroindústria Ricardo Buryaile negocia com Blairo Maggi



A Argentina articula politicamente para tentar impedir a iniciativa brasileira de importar trigo de fora do Mercosul (bloco econômico que inclui ainda Uruguai e Paraguai). O ministro da Agroindústria da Argentina, Ricardo Buryaile, entrou em contato telefônico com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi.

O argentino reagiu à notícia anunciada pelo titular do Mapa de que abrir uma cota anual de importação de 750 mil toneladas de trigo livre de tarifas para os grãos de fora do bloco regional. A situação chegou a gerar um “mal estar” no Governo argentino e para gestão de Buryaile, revela o Jornal argentino La Nación. Para solucionar o impasse, ele estaria disposto a, inclusive, vir pessoalmente ao Brasil para negociar.

“O Brasil tem que recuperar um compromisso selado anos atrás no mercado internacional de abrir 750 mil toneladas de trigo para outros fornecedores que não sejam a Argentina. Como o governo deseja e como é necessário para a economia brasileira, nós vamos ampliar o mercado de trigo [...] Argentina sempre terá nossa preferência. Vamos seguir sendo o principal importador de trigo”, disse Maggi a jornalistas no início deste mês.

As importações de fora do Mercosul, pelas regras atuais, devem pagar uma taxa de 10%. Com isso, a Argentina vende ao mercado brasileiro com uma vantagem de US$ 35 a US$ 40 por tonelada em relação aos seus principais concorrentes (Estados Unidos, Paraguai e Canadá). Se as cotas para fora do bloco for confirmada, o país vizinho chegaria a perder até US$ 10 nesta vantagem.
 

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