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Arroba do boi está 16% abaixo do esperado em Cascavel (PR)

A oferta elevada de carne em todo o País está inviabilizando a produção



A oferta elevada de carne bovina em todo o País está inviabilizando a produção e causando dor de cabeça aos pecuaristas. Em todo o Brasil são quase 200 milhões de cabeças de gado, sendo 10,174 milhões só no Paraná. Com os focos de febre aftosa que atingiram o Brasil no final de 2005, houve embargo total ou parcial de diversos mercados à carne bovina brasileira, reduzindo o ritmo de crescimento das exportações durante o ano de 2006. Ao todo, mais de 50 países adotaram restrições à carne brasileira em razão da doença. Entre os principais mercados, destacam-se União Européia e Rússia.

Sendo assim, o produto precisou ser vendido somente no mercado interno, o que aumentou a demanda e reduziu consideravelmente os preços.

Para se ter idéia da defasagem dos valores praticados, os últimos dados contabilizados pela Seab (Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná) indicam que em 2005 1,103 milhão de cabeças de boi gordo foram abatidas em todo o Estado, gerando renda bruta de R$ 920,04 milhões. Quase dez anos antes, em 1997, a secretaria registrou o abate de 1,077 milhão de animais com valor bruto de R$ 923,36 milhões.

O pecuarista de Cascavel Valdir Lazarini observa que em outubro de 2005 a arroba do boi chegou a ser vendida a R$ 62, enquanto hoje está cotada em R$ 52. Lazarini lembra que o valor estava em um patamar bom, mas os indícios de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná fizeram com que o preço despencasse. “Os insumos subiram 8% este ano e a carne não subiu nada, só baixou. E ainda estamos com excesso de produto porque os países pararam de importar e o mercado interno tem limite de consumo”, explica.

O pecuarista diz que por enquanto trabalha com a redução de animais para equilibrar as contas e ofertar menos ao mercado. “Se não tiver perspectiva melhor, trabalhar com prejuízo dois, três anos tudo bem, mais que isso não tem jeito”, analisa.

Exportações

Gustavo Fanaya, economista do Sindicarnes (Sindicato das Industrias de Carnes e Derivados) do Paraná, observa que em 2006 o Estado exportou 12,5 mil toneladas de carne bovina, com valor de US$ 24 milhões. Enquanto em 2005 foram 38,5 mil toneladas, com faturamento de US$ 82 milhões. “Representávamos 3% da carne bovina total do País, e hoje representamos apenas 0,5%, uma queda grande”.

Fanaya ressalta que a expectativa é de retomar as exportações nos próximos meses, tão logo o Ministério da Agricultura consiga resolver o problema da aftosa no Mato Grosso do Sul.

Por outro lado, ele avalia que a recuperação na exportação no Estado está ocorrendo por conta da carne de frango. “Nas últimas semanas houve crescimento nas exportações de frango, depois de confirmados focos da gripe aviária em países importantes como a Alemanha. Isso fez com que o Oriente Médio, por exemplo, um dos principais consumidores de carne de frango, ficasse com receio de comprar e desse preferência ao Brasil. Isso tem feito crescer as cotações e algumas empresas estão tendo pedidos além da capacidade de produção”.

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