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Arrozeiro gaúcho copia o catarinense

Os catarinenses colhem, em média, 7 toneladas por hectare em suas fazendas


Os campeões em produtividade no País também são os líderes em rentabilidade na lavoura de arroz. Os catarinenses colhem, em média, 7 toneladas por hectare em suas fazendas, 10% mais que os gaúchos, principais produtores nacionais do grão, e 88% acima da média nacional, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Neste tipo de lavoura, a rentabilidade chega a 15,3% para as 3,6% no Rio Grande do Sul, de acordo com a Cogo Consultoria Agroeconômica. Por isso, agora os gaúchos estão buscando a tecnologia dos vizinhos. Estima-se que, nesta safra, 10% da lavoura riograndense utilize o sistema de Santa Catarina. Naquele estado, em algumas propriedades o rendimento por hectare é ainda maior: 12 toneladas - além de uma segunda safra.

O diferencial dos catarinenses em relação aos gaúchos é o modelo de plantio. Em Santa Catarina, o cultivo inicia mais cedo, em áreas menores e, principalmente, usa sementes pré-germinadas. Diferente da maioria dos gaúchos que plantam em grandes superfícies, mais tardiamente, e com sementes não pré-germinadas. Atualmente, cerca de 30% da lavoura catarinense foi colhida, enquanto a do Rio Grande do Sul será em março.

"Tem anos que além da safra, o produtor consegue uma rebrota (soca)", diz Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc). Dados do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) mostram que o uso do sistema catarinense ocorre nas regiões "periféricas" do plantio do cereal - as principais são a Fronteira Oeste e a Zona Sul, onde as extensões de terras são maiores e o sistema é apenas irrigado, sem pré-germinação. Segundo o presidente da instituição, a área cultivada com pré-germinação consegue produtividade semelhante à catarinense, em lavouras no Entorno de Porto Alegre, Depressão Central e Litoral.

Sistema:

Pelo sistema catarinense, a semente é colocada em um tanque, enquanto o solo é preparado para o cultivo. Depois de cerca de cinco dias, com o broto planta-se Segundo o pesquisador José Alberto Noldin, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A (Epagri), uma série de práticas resultam no aumento da produtividade.

"Através do sistema pré-germinado há um melhor manejo de água, controle de plantas daninhas, redução da incidência de doenças. Aliado a isso, a condição do solo argiloso favore a produtividade maior", diz. De acordo com o pesquisaor, no Litoral Norte, onde é possível a rebrota do grão, a produtividade é de 8 a 9 toneladas por hectare e outras três a cinco toneladas na segunda safra.

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