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Arrozeiros aguardam apoio para a comercialização de grãos

São esperados R$ 400 milhões de PEP, Prop, Contratos de Opção e Produsa, para alavancar os preços


A solução do problema de achatamento dos preços do arroz, cotados há pelo menos três semanas abaixo do teto mínimo, pode ser anunciada nesta quarta-feira (27). Os arrozeiros gaúchos aguardam o anúncio positivo do governo federal sobre a liberação de mecanismos de comercialização. São esperados R$ 400 milhões de Prêmio para Escoamento da Produção (PEP), Prêmio de Risco para Aquisição de Produto Agrícola (Prop), Contratos de Opção e Produsa, com vistas a alavancar os preços do cereal cotados em média a R$ 24,88 a saca de 50 quilos, ante os R$ 25,80 estabelecidos via preço mínimo.

"Acreditamos que hoje (quarta-feira, 27) seja o dia. Não há mais desculpas, pois temos respaldo legal: se está abaixo do mínimo é preciso impor mecanismos", afirmou o presidente da Federarroz, Renato Rocha. Entre as medidas está a que prevê o escoamento da produção a fim de retirar o excedente do mercado interno através de exportações. O setor também busca a realização de leilões para balizar os preços, que até agora têm como base a cotação do dólar. Também será negociada a liberação de R$ 1,5 bilhão para comercialização da safra 2010/2011, cuja área semeada atinge cerca de 40% no Estado, frente a uma estimativa de plantio em 1,12 milhão de hectares.

"Estamos enfrentando muitas dificuldades. Prova disso foram as medidas adotadas pelo Banco do Brasil ao longo da safra passada, como o adiamento e reescalonamento dos custeios e a antecipação dos EGFs", disse Rocha.

O presidente do Irga, Maurício Fischer, avalia que as cotações do arroz durante o mês de outubro chegaram ao fundo do poço. Em relação a setembro, houve recuo de 3,2% nos preços e de 5,9%, em comparação com outubro de 2009. Se tomado por base o quadro de abastecimento doméstico, que se encontra mais apertado que o do mês anterior, a tendência seria de elevação dos preços. "Existem modificações significativas no quadro exógeno ao abastecimento doméstico que vêm achatando os preços no Brasil. Para entender o comportamento atual do mercado é preciso olhar para o cenário global", explica o analista da área de arroz da Safras & Mercado, Élcio Bento.

Segundo Fischer, o que tem se observado uma oferta maior de arroz no mercado do que a informada pela Conab, fator que tem colaborado para o achatamento dos preços. "Se acredita que sejam 12,7 milhões de toneladas em estoque de passagem, o que nos coloca em uma situação de desconforto", disse. Além disso, o presidente do Irga afirma que o consumo do cereal também recuou, assim como as exportações, em função da valorização do real frente ao dólar.

A expectativa é de que o cenário melhore especialmente após o anúncio do governo federal que aumenta de 4% para 6% o IOF sobre os investimentos externos. "Com o dólar a R$ 1,70 fica complicado ganhar competitividade. Se subisse para R$ 1,90 ficaria mais confortável", disse o dirigente.

Um levantamento da Safras & Mercado aponta que nos primeiros sete meses do ano comercial atual, que vai de março a setembro, o preço médio no Rio Grande do Sul foi de R$ 27,40 a saca, com queda de 1,1% em relação ao mesmo período de 2009. Naquela época, a média de preços do arroz beneficiado 100%B na Tailândia recuou 17%, de US$ 565,00 por tonelada para US$ 470,00 por tonelada. Como os tailandeses são os maiores exportadores mundiais do cereal, o comportamento das suas cotações acaba balizando os preços internacionais de um modo geral.

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