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Ascensão da bovinocultura em Mato Grosso


Se a ascensão da bovinocultura, em Mato Grosso, tem algum aspecto ruim, ele recai apenas sobre o consumidor da ‘proteína vermelha’. Se há tendência de valorização da arroba para 2011 - seja pela oferta restrita de animais como pela maior demanda do consumo interno -, certamente reverberará na gôndola do varejo. Neste segundo semestre, o consumidor assistiu a alta dos cortes bovinos, movimento que atingiu cortes nobre e os ditos, de segunda. Um exemplo clássico é o quilo do filé mingon e do coxão duro. O primeiro que no ano passado chegou em momentos de promoção a R$ 9,99 e R$ 11,99, agora custa mais de R$ 30. O coxão duro de R$ 5,99, agora custa R$ 9,99 em dias de oferta.


Conforme balanço pecuário da Acrimat, apresentado ontem, mostra que na evolução de preços da carne, o varejo continua como o vilão do consumidor. A Imea que analisou os dados, a pedido da entidade, considerou preços praticados desde 2005. Nesses últimos cinco anos, enquanto a cotação da arroba evoluiu 101,21%, no varejo a escalada foi de 151,46%, uma diferença de 49,65%. “O varejo praticou de forma irresponsável e de total desrespeito com o consumidor o repasse muito acima da arroba e do atacado. Uma prática que já se tornou comum e até hoje sem nenhuma explicação técnica e plausível”, ponderou o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.

Questionados sobre o breve futuro dos cortes no varejo, a entidade destaca que haverá pressões, em função do cenário de restrição na oferta de animais, porém, o varejo tem gordura para queimar e a expectativa, é de que – pelo menos – o preço final da carne se estabilize, mesmo que em um patamar mais elevado.

O presidente da Acrimat, João Bernardes, acredita que em 2011 a oferta do boi gordo vai continuar restrita devido ao abate das fêmeas em 2006 e 2007 e a seca registrada no ano passado, que vai continuar impactando neste ano. ”Apesar disso, acreditamos que para o consumidor final não vai haver um impacto negativo, pois os supermercados já acumularam um valor considerável nos preços da carne, o que deve garantir a manutenção dos valores este ano, sem novos aumentos”.

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