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Assentados colhem 200 mil sacas de grãos no Sudoeste goiano


De olho na safrinha, os produtores do assentamento Rio Paraíso, no município de Jataí (GO), plantaram três mil hectares de milho e soja. A lavoura rendeu cerca de 200 mil sacas de grãos. A colheita começou na primeira quinzena de junho e está sendo finalizada esta semana.

O resultado da boa produção está no trabalho realizado em parceria. Na região de Jataí e Rio Verde, municípios localizados no Sudoeste goiano, agricultores familiares e assentados uniram-se em cooperativa. “Foi uma verdadeira mão na roda a criação da cooperativa”, afirma Luguimar do Prado Soares, 30, do assentamento Rio Paraíso. Para ele, os agricultores cooperados têm mais organização para discutir preço e maior quantidade de produtos para oferecer ao mercado.

Num futuro próximo, Soares e os demais cooperados querem melhorar ainda mais a produção. Ele acredita que um produto final de qualidade garante preços melhores de comercialização. “Essa é nossa maior meta para agora”, afirma.

Biodiesel e Pronaf

Atualmente, 431 produtores integram a Cooperativa Mista Agropecuária do Rio Doce (Cooparpa), que tem 10 mil hectares de área cultivada com milho e soja. Na última safra, os cooperados obtiveram uma renda bruta de R$ 8 milhões.

No início, em 1996, foi difícil convencer os assentados e agricultores familiares a participarem da cooperativa, conta Paulo Cezar Gottens, secretário da Cooparpa. “Foi trabalho de corpo a corpo”, lembra Gottens. Ele explica que a cooperativa facilita principalmente a comercialização da produção. “Nós conseguimos cerca de R$ 3 a mais no valor da saca de soja do que quando negociamos a produção individualmente”, afirma. Gottens diz que os grãos são destinados à produção do biodiesel.

Para Soares, um dos cooperados, a garantia de mercado para a produção é outra vantagem do trabalho da cooperativa. “Antes, dávamos tiro no escuro. Agora, a gente sabe onde entregar tudo certinho e não temos problema de comercialização”, compara. Gottens disse que é comum os cooperados possuírem linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Ele explica que o recurso ajuda porque oferece ao agricultor dinheiro, com juros baixos, para custear a lavoura, além de garantia do seguro agrícola.

Quanto à assistência técnica, a Cooparpa tem dois engenheiros agrônomos para orientar os agricultores. O serviço é fomentado pelas empresas que compram soja para a fabricação de biodiesel. Os produtores contam, ainda, com suporte do Incra, por meio da Assessoria Técnica, Social e Ambiental (Ates). Nesta região, o serviço é realizado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás. Quem recebe Pronaf, também consegue recurso para financiar assistência técnica.

Crescimento

Os assentados e agricultores familiares que integram a Cooparpa têm, em média, 30 hectares de terra. Além de investirem na produção de grãos, eles também impulsionam a cadeia de leite na região. Juntos, conseguem produzir até 300 mil litros de leite ao mês. Segundo Gottens, o preço do leite também fica melhor quando negociado pela cooperativa. Individualmente, o litro do leite sai a R$ 0,35. Os cooperados conseguem até R$ 0,52.

Cooperativa e cooperados crescem juntos. Em 1996, a renda das famílias envolvidas no projeto era de até um salário mínimo. Hoje, chega a quatro salários. A produção pulou de 40 mil sacas para 400 mil.

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