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Assentamentos em Sergipe querem ser pólo de alimentos biofortificados

Associação dos Pequenos Produtores do Assentamento Edmilson Oliveira tem sido um modelo de desenvolvimento no agreste sergipano


José Alves dos Santos Filho vive em Carira, a 160km de Aracaju (SE), e preside a Associação dos Pequenos Produtores do Assentamento Edmilson Oliveira. Emocionado e sob aplausos recebeu o Prêmio de Boas Práticas de Transferência de Tecnologia, concedido pelo Governo de Sergipe, em função da influência que a Associação exerce na região no que tange a busca e a adoção de tecnologias ligadas às culturas do milho, feijão, abóbora e algodão. Mesmo com todas as restrições de solo e água, nos últimos cinco anos, a Associação tem sido um modelo de desenvolvimento no agreste sergipano. Na terça-feira (30), produtores e pesquisadores da Embrapa estiveram reunidos na casa de José para discutir o próximo desafio: transformar a região num pólo de alimentos biofortificados.

O grupo de José já teve algum contato com as culturas desenvolvidas pela Embrapa como os feijões das cultivares Pontal e Agreste que apresentam maiores teores de ferro e zinco. Mas agora querem ampliar esta experiência testando a Xiquexique, um feijão-caupi rico em ferro e zinco, e novas cultivares de mandioca e abóbora com maiores teores de vitamina A. Minerais e vitaminas são essenciais para garantir uma dieta nutricional de melhor qualidade, especialmente, para crianças, gestantes e lactantes.

“Aqui a gente está sempre plantando uma semente. Se for boa, repassamos para outros assentados e acampados porque cada dia é dia para aprender e ensinar”, pontuou José. Para o novo desafio, produtores de quatro assentamentos (Rosely Nunes, São Cristóvão, Jacinto Ferreira e Edmilson Oliveira), que representam mais de 100 famílias, contarão com parceiros da assistência técnica local, pesquisadores e técnicos da Embrapa Tabuleiros Costeiros e uma equipe multidisciplinar do Centro Comunitário de Formação Agropecuária Dom José (CFAD), entidade ligada ao Movimento dos Sem Terra (MST).

Os cultivos serão instalados a partir de 2011 e serão avaliados sob dois aspectos: 1) agronômico: manejo, produtividade e potencial de mercado; 2) receptividade: aceitação por parte das crianças na escola rural e a percepção das mulheres no preparo destes alimentos para as refeições da família. Esses dados darão subsídios para o aprimoramento das pesquisas e os processos de transferências de tecnologia.

“Buscamos alimentos mais nutritivos, mas é imprescindível que eles sejam bem aceitos no dia-a-dia das famílias e na merenda escolar”, frisou a pesquisadora Marília Nutti, líder do projeto BioFORT e pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Um dos principais objetivos dos projetos de biofortificação é combater má nutrição pela oferta de alimentos de melhor qualidade que já fazem parte da cultura de cada população. A estratégia passa pela associação dos conhecimentos da agronomia e da nutrição.

As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Agroindústria de Alimentos.

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