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ATENÇÃO: Trigo deve subir com greve na Argentina

Aumento das farinhas é consequência


Foto: Marcel Oliveira

A greve portuária da Argentina deve causar um aumento no preço do trigo brasileiro e, consequentemente, das farinhas, segundo o que afirmou a TF Agroeconômica. “Se tinha alguém que pensava que os preços do trigo e, com ele, os preços das farinhas, iriam cair no primeiro semestre de 2021, pode tirar o cavalo da chuva”, disse a consultoria. 

A TF diz que, mesmo que o dólar caia (e não há certeza sobre isso), a greve portuária na Argentina mudou completamente a feição do mercado para o próximo ano civil brasileiro. “O assunto “greve portuária” não figura entre as manchetes dos principais jornais argentinos desta terça-feira, como Clarín, La Nación, La Capital, nem os de Rosário, como Rosário3, mostrando que nem a mídia, nem o governo argentino dão nenhum valor ao problema, em que pese que mais de US$ 1,9 bilhão já deixaram de ingressar no país desde 9 de dezembro, data do início da greve. Parecem não saber que o principal problema do país é a falta de divisas e que a principal fonte de divisas está na exportação e embarques de produtos pelos portos”, comentou. 

Recentemente até houve uma tentativa de acordo, os empresários melhoraram sua oferta aos trabalhadores, mas até o fechamento desta edição não havia ainda um desfecho. “Não há certeza, mas, se esta greve não acabar ainda este ano, vai colocar em xeque o abastecimento de pelo menos metade dos moinhos brasileiros, de São Paulo para cima.  Atualizamos ontem o Line Up de trigo do Brasil e percebemos que aproximadamente 208 mil toneladas de trigo argentino já nomeadas para o Brasil estão com embarques atrasados, mais 174 mil toneladas destinadas ao Brasil para carregar nos portos argentinos estão paradas, à espera do fim da greve. Isto significa algo como 382 mil toneladas de trigo atrasadas, ou quase um mês de moagem dos moinhos brasileiros que dependem diretamente do trigo argentino”, completou. 

“A curto prazo (janeiro) este atraso  dos  embarques de trigo nos portos argentinos poderá desencadear um aumento da demanda por trigo nacional, elevando os seus preços na já próxima semana, para os níveis de, pelo menos, R$ 1.400,00/t FOB aceitos pelos compradores, com vendedores aumentando proporcionalmente as suas pedidas. E, depois disto, em fevereiro, com o fim da disponibilidade nacional, os preços tomarão o rumo dos trigos importados, mesmo os produzidos no Brasil”, concluiu. 

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