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Aumenta ingresso dos fundos de investimento

Alternativa de crescimento da agricultura e pecuária mundial


A entrada de fundos de investimentos na compra de terras em várias regiões do Brasil vem aumentando nos últimos anos, especialmente em regiões de fronteira. Mato Grosso, Bahia e a região denominada Mapito (MA, PI e TO) são os que recebem mais investimentos estrangeiros. Nestas localidades, são exemplos as regiões de cerrado de Araguaína (TO) e Alto Araguaia (MT). De acordo com os analistas, a maior valorização no Centro-Oeste decorre dos investimentos em cana-de-açúcar na região e também do melhor momento dos grãos.

Levantamento do Incra mostra que em um período de 10 anos - 1998 a 2008 - o número de imóveis rurais em propriedade de empresas no país, tanto nacionais como estrangeiras, passou de 67 mil para 131 mil. Nesse período, o total de terras controlado por empresas passou de 80 milhões para 177 milhões de hectares.

Em outro estudo, realizado junto aos 20 maiores produtores do Estado entre as safras 2004/05 e 2008/10, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) confirma o aumento da concentração de terras, em Mato Grosso, para cultivo de soja. O levantamento mostrou que, na safra 2004/05, os 20 maiores detentores de terra no Estado plantavam em 9% da área do Estado, ou seja, 533,7 mil hectares. Passadas cinco safras, a participação desses agricultores subiu para 20% da área plantada com soja, ou seja, 1,2 milhão de hectares.

"Muitos estrangeiros enxergam no Brasil a única alternativa de crescimento da agricultura e pecuária mundial. Com isso, estão acelerando os investimentos em regiões de fronteiras, que ainda têm potencial de valorização", explica o analista Paulo Henrique Dias.

São muitos os exemplos de grupos estrangeiros com participação em Mato Grosso. Italianos, alemães, norte-americanos e, principalmente, argentinos, são os que mais se destacam. Primeiro com o “El Tejar” e, mais recentemente, com o “Los Grobo”, do produtor de grãos Gustavo Grobocopatel, que começa a operar no Estado com seus sócios brasileiros na região do Vale do Araguaia, nos municípios de Nova Xavantina, Querência e Canarana. No Mercosul, o grupo conta com área plantada de cerca de 300 mil hectares na safra 10/11.

Segundo Grobocopatel, a companhia deverá ampliar a "originação" de grãos na Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai para 3 milhões de toneladas na nova temporada, 500 mil toneladas a mais do que na safra anterior. E uma boa parte do aumento na negociação de grãos da companhia virá do Brasil, onde o Los Grobo, por meio de sua controladora Ceagro, deverá originar 800 mil toneladas, contra 600 mil previstas em 2009/10.

O empresário afirmou que prevê ampliar sua atuação no Brasil também por aquisições. "Estamos sempre estudando negócios em todos os lugares, especialmente no Brasil, que hoje é o nosso foco principal para o crescimento da companhia". Segundo ele, "o Brasil vai produzir o dobro de grãos nos próximos 30 anos, e, para ser competitivo, é preciso estar bem organizado". O faturamento anual do grupo é estimado em US$ 700 milhões, metade do total proveniente de terras brasileiras. (MM)

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