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Austrália anuncia produção menor e faz trigo subir de novo

O cereal teve nova alta na Bolsa de Chicago depois que o governo australiano anunciou previsão de queda na produção do País


Mais um solavanco no mercado de trigo. O cereal teve nova alta na Bolsa de Chicago (CBOT) depois que o governo australiano anunciou previsão de queda na produção do País. O contrato para março fechou e limite de alta em US$ 9,22 por bushel, 3,3% maior que o do dia anterior. O movimento também ajudou a puxar a soja, que fechou em alta de 1,7%. Na semana o cereal acumula alta de 4,3%.

Segundo Élcio Bento, analista da Safras & Mercados, o governo da Austrália anunciou que a safra de trigo será 3 milhões de toneladas menor do que o previsto. "A estimativa de 15 milhões de toneladas foi reduzida para 12 milhões", completa o analista.

Além disso, ele explica, o produto continua com demanda muito forte. Ontem, o mercado também se "estressou" com a licitação de compra de trigo americano. "Jordânia e Argélia entraram comprando forte. Só da Argélia, foram 200 mil toneladas", informa Bento. Apesar de a produção mundial do cereal ter aumentado neste ano, em comparação a 2006 - de 593 milhões de toneladas para 606 milhões de toneladas - a oferta será menor, por conta do recuo dos estoques iniciais, segundo Bento.

No ano passado, os estoques iniciais eram de 140 milhões de toneladas, volume que hoje neste ano está em 125 milhões de toneladas. "Isso significará uma oferta mundial 11 milhões de toneladas menor que no ano passado", justifica Bento. O mercado interno não está sentindo os efeitos diretos das cotações internacionais. Segundo o analista, o mercado doméstica está passando por um momento particular, descolando da situação externa. O que ocorreu, lembra Bento, é que em agosto, os moinhos fizeram compras de grandes volumes - cerca de 20% da produção do Paraná foi comercializada - e o mercado travou. "Os moinhos saíram do mercado e hoje não há interesse de negócios nem do lado comprador, nem do vendedor, situação que se perdura há 15 dias".

Outro fator, segundo ele, é a dificuldade de contratar frete para transportar o trigo comprado até a indústria. "Trata-se de um problema de logística, de falta de infra-estrutura no moinho para receber os caminhões de carga bi-trem, de grande porte, e também de concorrência com o escoamento de milho e de açúcar no Sul do Brasil", detalha o analista.

Soja:

Segundo Eduardo Sanchez, consultor de gerenciamento de risco da FCStone, não houve nenhuma notícia ontem que justificasse a alta da commodity. "Acredito que o mercado esteja de olho na seca que atinge as regiões produtoras do Brasil".

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