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Avanço do greening põe pomares do Paraná em alerta

Necessidade de identificar e erradicar plantas atingidas


Seab investe na conscientização de produtores para a necessidade de identificar e erradicar plantas atingidas; 54 municípios registram casos

Curitiba - Técnicos da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) e do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) deram início esta semana às medidas de combate ao greening, que até junho deste ano atingiu as lavouras cítricas de 54 cidades do Norte do Estado. Até o momento, os perímetros mais atingidos foram os de Apucarana, Cornélio Procópio, Londrina, Maringá, Paranavaí e Umuarama. A projeção é de larga expansão da bactéria Huanglongbing (HLB), causadora da doença, caso não sejam adotadas medidas necessárias para controlar o contágio.

Em reunião realizada na última quinta-feira, em Cornélio Procópio, os técnicos emitiram um alerta aos citricultores paranaenses sobre a necessidade de identificar e erradicar plantas atingidas. A Seab custeia os primeiros exames a fim de identificar a presença da bactéria nas plantações e orienta o monitoramento da safra. A HLB obstrui os vasos floema da planta impedindo que o alimento chegue à fruta. Provoca queda, amarelamento da casca e em longo prazo a extinção da árvore.

A secretaria estima que cerca de 5 mil plantas estão contaminadas pelo greening. Porém, o número de árvores atingidas pode ser maior. José Croce Filho, do núcleo da Seab de Maringá, calcula que o greening tenha contaminado 20% das 500 propriedades de plantação cítrica no Paraná. A atividade ocupa 31,1 mil hectares. Ainda segundo a Seab, o reflexo da doença na safra não atinge grandes dimensões. A produção paranaense de tangerina, laranja e limão é de 12 a 15 milhões de caixas.

O pesquisador do Iapar, Rui Pereira Leite Júnior, informa que os primeiros registros do greening no Estado datam de 2007. Mas ressalta o risco que a bactéria representa para as plantações locais. ''Se cruzarmos os braços em pouco tempo os pomares estarão inviabilizados'', alerta.

No estado de São Paulo, maior produtor de cítricos do País, a doença, nos últimos dois anos, já provocou queda de 24% na safra. Na Flórida (EUA), o retrato é ainda mais grave, com perdas de 50% na produção de laranjas em menos de cinco anos.

Zoneamento

Anteontem(15) venceu o prazo para os técnicos da Seab entregarem relatórios mais atualizados sobre a extensão do greenig, que deve revelar novos números de plantações atingidas no estado. Ontem(16), a estimativa da engenheira agrônoma da Seab em Maringá, Dirlene Rinaldi, não era boa. ''Certamente houve avanço do HLB, visto que poucas medidas de controle foram tomadas.''

O zoneamento da presença do Diaphorina citri, nome científico do inseto responsável pela disseminação da bactéria, é feito com base nos dados metereológicos do Paraná, já em posse do Iapar.

Até o momento, a Seab e o Iapar investem em materiais de divulgação com alerta sobre o problema. O departamento de sanidade vegetal da Seab também fiscaliza as mudas de plantas cítricas comercializadas, tirando de circulação as unidades contaminadas.

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