Avanço na propagação vegetativa
Uma nova técnica para enxertar monocotiledôneas poderá aumentar a produção e eliminar doenças em algumas das espécies agronômicas

Enxerto até então era procedimento incomum em monocotiledôneas, mas fatos recentes podem revolucionar a agricultura. Pela primeira vez, nova técnica de enxertia foi desenvolvida para monocotiledôneas, um grupo de plantas que inclui tamareira, coqueiro, banana, bambu, cana de açúcar e muitas outras espécies agronômicas. A técnica pode melhorar a tolerância a doenças em importantes culturas e técnicas de cultivo, revolucionando a agricultura.
Uma nova técnica para enxertar monocotiledôneas poderá aumentar a produção e eliminar doenças em algumas das espécies agronômicas.
A enxertia de plantas, onde a raiz de uma planta está presa à parte aérea de outra, tem sido usada na agricultura há milhares de anos para melhorar o crescimento das culturas e erradicar doenças, em plantas como Citros, uvas, maçãs e muitas outras. Mas essa técnica não foi otimizada para funcionar para as monocotiledôneas. Essas plantas não possuem um tecido chamado câmbio vascular, que ajuda os enxertos a cicatrizar e se fundir em muitas outras plantas.
Agora, pesquisadores da Universidade de Cambridge desenvolveram uma técnica que permite que as monocotiledôneas sejam enxertadas. Eles extraíram uma forma de tecido vegetal embrionário de dentro de uma semente de planta monocotiledôneas e a aplicaram ao potencial local do enxerto entre dois espécimes de monocotiledôneas pertencentes à mesma espécie - trigo, por exemplo.
O tecido estimulou o crescimento e fundiu as duas metades das plantas. A equipe de pesquisa usou corantes fluorescentes para verificar se a raiz e a parte aérea se fundiram e poderiam transportar líquidos e nutrientes para cima e para baixo do caule.
O método parece funcionar em uma ampla gama de espécies monocotiledôneas. Os estudos preliminares da equipe no laboratório também sugerem que a enxertia pode funcionar entre as espécies. Eles enxertaram um broto de trigo em raízes de aveia resistentes a doenças. Isso pode proteger o trigo de doenças transmitidas pelo solo, embora ainda não esteja claro se essa proteção seria viável no mundo real.
A técnica pode ser especialmente útil para enfrentar doenças em espécies vulneráveis como a banana Cavendish, que forma a grande maioria do suprimento mundial. Incapaz de se reproduzir sexualmente, o Cavendish só é reprodutível por clonagem, o que significa que a cultura é altamente uniforme, geneticamente uniforme e tão vulnerável a doenças fúngica como a Mal do Panamá.
Ao enxertar caules mais resistentes a doenças com a bananeira, o Cavendish poderia evitar a doença do Panamá.
O procedimento pode é viável para trigo, cevada e aveia, pois o processo teria que ser repetido milhões de vezes para uma única safra. Mas para plantas maiores e que são perenes geram alto valor agregado, como é o caso da tamareira palmeiras.
As informações são do Canal Agricultura A a Z.