O quilo do frango na região espanhola está sendo cotado a cerca de US$ 0,10, com custos de produção – devido a alta no preço da ração –, orçados em torno de US$ 0,7 o quilo da carne de frango vendido para a indústria. Apesar de a avicultura brasileira também ser afetada pela alta nos custos, principalmente em relação a falta de milho, o País possui potencial para suprir o mercado espanhol e ampliar suas exportações. “Mesmo com todas as restrições européias em relação ao frango, o Brasil possui o produto com menor preço do mercado internacional, sendo o maior cotado para suprir este mercado”, afirma o pesquisador do setor de carnes do Centro Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Jucemar Zilli.
Segundo Zilli, a alta nos preços dos principais insumos - soja e milho - está ocorrendo no mundo todo, e a tendência deverá se manter no próximo ano. “O aumento da produção de aves no Centro-Oeste brasileiro é ideal para que o País conquiste os mercados desabastecidos.” O Brasil conquistou o título de maior exportador mundial de frangos, ao embarcar no mês de setembro mais de 245 mil toneladas do produto, segundo o relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
As exportações totais de frango nos oito primeiros meses do ano cresceram 12,1%, somando 906,5 mil toneladas, em comparação com igual período do ano passado. Porém, a receita obtida com os embarques de aves apresentou queda de 5,8%, somando US$ 823,7 milhões. Entre os meses de janeiro a agosto, os exportadores brasileiros conseguiram garantir uma receita 16,2% maior com os embarques de frangos para a Ásia, em comparação com igual período de 2001.