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Avicultura brasileira obteve resultados satisfatórios em 2019

Receita aumenta 6,4%, com a China importando 34% a mais do produto


Foto: Pixabay

A avicultura brasileira obteve resultados satisfatórios em 2019. A produção de carne de frango foi  stimada em 13,15 milhões de toneladas, 2,3% a mais do que as 12,85 milhões de toneladas de 2018. Os dados são da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

A maior oferta do produto também elevou o consumo interno, que passou dos 41,7 quilos per capita em 2018 para 42,6 quilos quilos por pessoa em 2019, com 2,2% de aumento. Mais de 60% da produção é destinada ao mercado doméstico. As exportações de carne de frango, incluindo todos os produtos in natura e processados, registraram volume e receita positivos em 2019. O embarque de carne de  frango totalizou 4,212 milhões de toneladas, com 2,8% de aumento em comparação com as 4,1 milhões de toneladas de 2018, conforme a ABPA. As vendas dos produtos totalizaram US$ 6,994 bilhões em 2019, valor 6,4% superior aos US$ 6,570 bilhões obtidos no ano anterior.

A receita das exportações foi favorecida pelo maior volume embarcado, pela lorização da proteína no mercado internacional e pela alta do dólar em 2019, explicam as pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. De janeiro a dezembro de 2019, o preço médio pago pela carne foi de US$ 1.659,82 por tonelada. Em reais, a média foi de R$ 6.540,26 por tonelada, com alta de 12,7%. Em moeda nacional, o total exportado foi de R$ 27,4 bilhões, 15% acima do valor de 2018. 

A China foi o país que mais importou carne de frango do Brasil em 2019. Para lá, foram enviadas 585,3 mil toneladas, volume 34% superior ao realizado em 2018. “A crise sanitária que impactou a suinocultura chinesa também influenciou o aumento das exportações de carne de frango. É o maior volume anual já exportado para lá desde a abertura do mercado, em 2009, e houve notável elevação do ritmo no fim de ano”, destaca Ricardo Santin, presidente da ABPA.

Ainda no continente asiático, o Japão ampliou suas compras em 7% em 2019, com volume total de 424 mil toneladas. Já no Oriente Médio, os Emirados Árabes Unidos (EAU) foram destaque no ano, com importações totais de 341,1 mil toneladas, volume 10% superior ao realizado no ano anterior. O Iêmen também elevou suas importações da carne frango do Brasil, com total de 105,9 mil toneladas, incremento de 24% em relação ao ano de 2018.

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, relata que a China demonstrava que a crise com a segurança alimentar poderia continuar. A produção brasileira de carne de frango deverá ser incrementada porque a intenção da associação é abrir espaços para a comercialização em toda a Ásia. "Vamos buscar fortalecer os parceiros atuais e abrir novos espaços para a exportação", relata.

O consumo interno de carne de frango acabou sustentando os preços pagos pelo produto ao longo de 2019, apontaram os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Especialmente, nos últimos meses, quando os valores elevados da carne bovina aqueceram a demanda por outras proteínas, como a de frango. 

O preço médio do frango inteiro resfriado foi negociado a R$ 4,59 pelo quilo no atacado da Grande São Paulo em 2019, valor 23,2% acima da média do ano anterior. No entanto, os resultados do setor foram reduzidos pelas altas cotações dos principais insumos da avicultura, milho e farelo de soja, especialmente no segundo semestre do ano.

EM ALTA

A expectativa da ABPA é aumentar a produção de carne de frango para 13,7 milhões de toneladas e as exportações para 4,5 milhões de toneladas em 2020. “Hoje, a avicultura nacional tem condições de ampliar as exportações porque conta com alojamentos mais preparados para suportar o crescimento”, esclarece Ricardo Santin.

O Brasil é o segundo maior produtor de carne de frango do mundo, superado apenas pelos Estados Unidos, que produziram 19,361 milhões de toneladas em 2018, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A União Europeia ofertou o terceiro maior volume, de 12,200 milhões de toneladas, e a China o quarto, de 11,7 milhões de toneladas.

PARCIAL NOS ABATES

O volume das carcaças de frangos abatidos foi de 10,175 milhões de toneladas, no acumulado de janeiro a setembro de 2019, com 0,2% de alta em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No terceiro trimestre de 2019, o abate totalizou 3,452 milhões de toneladas, 2,2% superior ao mesmo trimestre do ano anterior. A Região Sul respondeu por 60,8% do total do trimestre, seguida pelas regiões Sudeste (19,2%), Centro Oeste (14,2%), Nordeste (4%) e Norte (1,8%). O Paraná liderou, com o abate de 32,5% do total nacional, seguido por Santa Catarina (14,3%) e Rio Grande do Sul (14%)

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