Avipal prepara ofensiva para ampliar mercados

Na divisão de lácteos, a empresa vai lançar uma série de novos produtos. "Serão alimentos funcionais, produtos com fins específicos para determinada atividade humana", diz Aguilera. Produto funcional, segundo informou, é, por exemplo, voltado para pessoas com osteoporose um alimento porque tem maior teor de cálcio. Aguilera explicou que, além de maior valor agregado, a nova linha deve projetar ainda mais a marca. Na área de leite, outra mudança importante foi um contrato de parceria, assinado no início de abril, com a Agropecuária Tuiuti, de Amparo (SP), que vai passar a envasar e comercializar cerca de 10 milhões de litros de leite por mês da marca Elegê. Com o acordo, válido por 10 anos, a Avipal investiu R$ 30 milhões na unidade e passa a ter o seu primeiro ponto de captação de leite fora do Rio Grande do Sul. "Somos líderes na Grande São Paulo, mas não no Interior paulista, o maior mercado de leite longa vida do País (25% do total)", diz Aguilera. Ele espera alcançar a primeira posição ainda este ano. A área de lácteos da Avipal capta cerca de 800 milhões de litros por ano - em cinco unidades no interior gaúcho e uma na Argentina - com receita de R$ 1,01 bilhão. Na divisão de carnes, outra boa notícia virá das exportações. A Avipal conseguiu a homologação da planta de Dourados (MS) para exportar para a Europa, uma conquista importante para a empresa, que decidiu apostar nos cortes. Aguilera lembra que cada mercado tem demanda diferenciada: EUA e Europa consomem mais peito, Japão coxa e sobrecoxa, China asa e patas, enquanto o Oriente Médio importa frangos inteiros. Vender peito para a Europa, diz Aguilera, significa otimizar a produção, com a vantagem de embarcar para um mercado que remunera melhor. Com isso, foi feito um investimento na planta de Dourados, que ano passado produzia 5 mil toneladas de frangos inteiros e agora passará a produzir 6 mil toneladas mensais, 100% de cortes. As exportações representam 55% do faturamento da divisão de carnes. O mercado interno gera 45% da receita, sendo 30% apenas no Nordeste. Além da força da marca entre os consumidores locais, Aguilera diz que o foco na região se deve ao fato de que o aumento de renda e de massa salarial na região se reflete muito mais na venda de produtos básicos como alimentos em comparação com outras partes do País. A região é abastecida por uma unidade no município de São Gonçalo dos Campos (BA), operação 100% voltada ao mercado interno. A Avipal abate por ano cerca de 200 milhões de aves e 600 mil suínos. Além de Dourados em São Gonçalo dos Campos, tem frigoríficos em Porto Alegre e em Lajeado (RS), sendo o terceiro maior produtor de frango de capital nacional. Aguilera conta que o proprietário da Avipal, o chinês Shan Ban Chun, decidiu pela reestruturação não por problemas financeiros, mas por acreditar que poderia obter resultados melhores, por isso, contratou a Galeazzi.