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Bactéria pode reduzir aplicação de fertilizantes nitrogenados

Plantas reagem aos rizóbios, produzindo nitrogênio




Uma recente descoberta da equipe de pesquisadores da Universidade de Missouri poder ser o primeiro passo para diminuir a utilização de nitrogênio na agricultura. Quando introduzidas na planta, as bactérias invasoras conhecidas como rizóbios ‘confundem’ algumas culturas. O resultado dessa interação (benéfica) é que as bactérias recebem algum alimento da planta e, ao mesmo tempo, produzem nitrogênio.

 
Apenas os fertilizantes nitrogenados movimentam cerca de US$ 8 bilhões na agricultura norte-americana a cada ano. Segundo dados da ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos), o mercado desses químicos no Brasil, derivados da amônia (ureia, sulfato de amônio e nitrato de amônio), foi de 29,5 milhões de toneladas em 2012. No entanto, o excesso na utilização pode contaminar rios e córregos, danificando sistemas hídricos.
 
O professor de ciências das plantas da Universidade de Missouri, Gary Stacey, explica que algumas leguminosas reconhecem as bactérias e criam nódulos, onde produzem azoto atmosférico que as plantas podem então usar para estimular seu crescimento. Essa reação não acontece em outras plantas.
 
“O problema é que o milho, tomate e outras culturas têm uma resposta diferente, e não suportam uma interação íntima com o rizóbio, fazendo com que os agricultores apliquem mais nitrogênio do que poderia ser necessário. Os cientistas sabem desse relacionamento benéfico desde 1888, mas ele só existia em culturas de leguminosas, como soja e alfafa. Estamos trabalhando para transferir essa característica para outras plantas, como o milho, trigo ou arroz. É um bom primeiro passo”, revela Stacey.

 
Yan Liang, co-autora do estudo na mesma Universidade, acrescenta que “ocorre uma batalha entre a planta e um patógeno. Os rizóbios acabam desenvolvendo um produto químico para inibir a resposta de defesa das leguminosas, e fazer com que essas plantas reconheçam-no como amigável. Mas culturas como milho, tomate e outras sempre tentam se defender contra esta bactéria”.
  
“A descoberta importante foi de que algumas plantas não ignoraram as bactérias. Elas reconhecem, mas ativam um mecanismo diferente. Nosso próximo passo é determinar como podemos fazer as plantas entender que esta é uma relação benéfica, e levá-las a ativar esse mecanismo que irá produzir os nódulos que atraem as bactérias, em vez de tentar combatê-los”, conclui Stacey.
 

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