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Bactérias transgênicas produzem próprio fertilizante

O objetivo é criar plantas que não dependem de fertilizantes sintéticos 


Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, desenvolveram uma bactéria geneticamente modificada que é capaz de criar seu próprio fertilizante. Para fazer isso, elas utilizam a fotossíntese para fabricar oxigênio durante o dia e nitrogênio para gerar clorofila para o processo de sobrevivência no período noturno.  

O estudo tem objetivo de criar plantas que não são dependentes dos fertilizantes sintéticos disponíveis atualmente no mercado, que tem um alto custo ambiental. Himadri Pakrasi, líder da pesquisa e professor no Departamento de Biologia da instituição e Diretor do Centro Internacional para a Energia, Meio Ambiente e Sustentabilidade (InCEES), explica que apesar de não existirem plantas que podem fixar nitrogênio naturalmente a partir do ar, um conjunto de cianobactérias consegue realizar esse processo, mesmo isso interferindo no processo de fixação do gás. 

“As cianobactérias são as únicas bactérias que têm um ritmo circadiano. Para encontrar a sequência correta de genes, nós vimos um conjunto contíguo de 35 genes que faziam coisas apenas à noite e basicamente ficaram quietos durante o dia”, explica. 

De acordo com ele, a pesquisa pode ser revolucionária tanto para a agricultura quanto para o planeta. Ao mesmo tempo em que se restringe o desenvolvimento dos fertilizantes sintéticos, que poluem o meio ambiente, a produção do adubo natural é muito mais eficiente que do que o método desenvolvido artificialmente. Além disso, o produto sintético pode escorrer para rios, lagos e oceanos, fazendo com que algas cresçam fora de controle. 

Os próximos passos para a equipe é aprofundar os detalhes do processo, reduzindo ainda mais o subconjunto de genes necessários para a fixação de nitrogênio. Para Pakrasi, o projeto pode beneficiar vários produtores enquadrados na agricultura familiar já que aumentará a produtividade sem que o agricultor gaste recursos e tempo para espalhar os fertilizantes convencionais. 

“Isso significa que o plano de modificação é viável. Devo dizer que essa conquista foi além do que eu esperava. Se conseguir alcançar o devido sucesso, será uma mudança significativa para a agricultura”, finaliza. 

 

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