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Bahia é o Estado que tem a maior rentabilidade na soja

Os produtores estão conseguindo maior rentabilidade com a venda


Na contramão, produtores de Mato Grosso podem não atingir níveis de 5% sobre o custo. Os produtores de soja da Bahia são os que estão conseguindo a maior rentabilidade com a venda do grão nesta safra. Em média, o preço de comercialização atual é quase 40% superior ao nível mínimo para uma rentabilidade de 5%. Isso significa que, se toda a safra baiana fosse comercializada aos níveis atuais, os sojicultores de lá teriam uma rentabilidade próxima a 45% sobre o gasto com a lavoura.

Levantamento exclusivo da Cogo Consultoria Agroeconômica mostra que o Mato Grosso é o estado com menor lucro. Os cálculos foram feitos a partir do custo total da produção, indicando qual seria o preço mínimo para que a rentabilidade da lavoura fosse de 5%, a um câmbio de R$ 2,10.

Considerando um preço médio de todas as regiões, os sojicultores matogrossenses conseguem 5% de rentabilidade na lavoura. As cotações, no entanto, diferem substancialmente conforme a região. No Médio Norte, os valores da soja são inferiores ao ponto de equilíbrio para esta rentabilidade mínima, enquanto no Sul são maiores. Carlos Cogo, diretor da consultoria, alega que o frete, a distância do porto, a falta de armazenagem suficiente e a grande quantidade de venda antecipada influenciam negativamente nos resultados do estado. Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Rui Prado, a taxa cambial e a logística do estado são determinantes nesta rentabilidade.

O estudo apurou também que os gaúchos são os que precisam vender a soja a preços mais altos para alcançarem uma rentabilidade mínima de 5%. Naquele estado, o preço de equilíbrio é de R$ 28,38 a saca. "O gaúcho tem baixa produtividade e por isso precisa vender a um preço mais caro", diz.

A produtividade média do Rio Grande do Sul é a menor do País: 35 sacas por hectare, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O levantamento considerou uma colheita de 40 sacas por hectare. Na avaliação de Cogo, o sistema produtivo com pequenos agricultores, o solo desgastado e o uso de sementes ilegais e de baixa qualidade interferem no resultado da lavoura gaúcha. Apesar disso, nos patamares atuais de preço do estado, a rentabilidade ficaria em 15%.

Segundo o levantamento, o menor custo de produção de soja é o da Bahia - R$ 1.042 por hectare. Considerando uma produtividade de 48 sacas por hectare, o baiano teria de vender a saca a R$ 22,81 - o menor preço entre os estados pesquisados. Atualmente, no mercado de lote o preço está entre R$ 31,50 a R$ 32 a saca naquela região.

De acordo com Cogo, pesa a favor da Bahia a proximidade do porto. "O preço da soja está diretamente ligado à logística", lembra Walter Horita, presidente da Associação dos Irrigantes da Bahia (Aiba). Ele argumenta que, neste ano, também interferem o fato de o preço da soja está 30% superior a 2006 e a produtividade baiana ser 23% maior.

No entanto, segundo Horita, em média, a safra será comercializada a R$ 24 a saca - o que daria uma rentabilidade de 10,2%. De acordo com o presidente da Aiba, houve muita comercialização antecipada a preços médios de R$ 21 a saca.

No Paraná, a rentabilidade é de quase 25% para os preços atuais da soja. "Esta é a safra de se ganhar dinheiro", diz Cogo. Segundo ele, a colheita da soja está dando lucro, mas talvez os ganhos sejam insuficientes para pagar as dívidas contraídas. No entanto, ele reitera que os cálculos consideraram os investimentos nos custos totais.

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