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Baixa comercialização de trigo preocupa entidades

Altos estoques do grão, em plena entressafra, levou Faep a pedir apoio ao Ministério da Agricultura


Altos estoques do grão, em plena entressafra, levou Faep a pedir apoio ao Ministério da Agricultura

Os al­tos es­to­ques de tri­go – ain­da re­ma­nes­cen­tes da sa­fra an­te­rior – le­va­ram a Fe­de­ra­ção da Agri­cul­tu­ra do Es­ta­do do Pa­ra­ná (­Faep) a pe­dir ao Mi­nis­té­rio da Agri­cul­tu­ra, Pe­cuá­ria e Abas­te­ci­men­to me­di­das de ­apoio à co­mer­cia­li­za­ção do ­grão. Atual­men­te, a Com­pa­nhia Na­cio­nal de Abas­te­ci­men­to (Co­nab) tem ­mais de 725 to­ne­la­das de tri­go, en­quan­to no mes­mo pe­río­do do ano pas­sa­do ha­via pou­co ­mais de 5,6 mil to­ne­la­das. A preo­cu­pa­ção da en­ti­da­de é com a co­lhei­ta, que tem iní­cio no pró­xi­mo mês. A par­tir da en­tra­da da sa­fra, a ten­dên­cia é que os pre­ços ­caiam ain­da ­mais.

Se­gun­do a ­Faep, a co­ta­ção ­atual – na ca­sa dos R$ 465 a to­ne­la­da – es­tá abai­xo do pre­ço mí­ni­mo es­ti­pu­la­do pe­la Po­lí­ti­ca de Ga­ran­tia de Pre­ços Mí­ni­mos do go­ver­no fe­de­ral, que é de R$ 555/to­ne­la­da. ‘‘So­li­ci­ta­mos ao Mi­nis­té­rio da Agri­cul­tu­ra me­di­das de ­apoio à co­mer­cia­li­za­ção, prin­ci­pal­men­te, pa­ra es­coar os es­to­ques re­ma­nes­cen­tes da sa­fra 2008 do tri­go pa­ra­naen­se pa­ra ou­tras re­giões, ten­do em vis­ta a en­tra­da da no­va sa­fra e, si­mul­ta­nea­men­te, lan­çar os ins­tru­men­tos de ­apoio pa­ra ga­ran­tir ren­da aos ­produtores’’, afir­ma a ­Faep em no­ta en­via­da ao mi­nis­té­rio.

Da­dos do De­par­ta­men­to de Eco­no­mia Ru­ral (De­ral) da Se­cre­ta­ria de Es­ta­do da Agri­cul­tu­ra in­di­cam que até a se­ma­na pas­sa­da 92% da sa­fra an­te­rior ha­via si­do co­mer­cia­li­za­da, en­quan­to no fi­nal de ­abril do ano pas­sa­do o ín­di­ce era de 99%; e em mar­ço de 97, o per­cen­tual era de 94%. Na úl­ti­ma sa­fra de tri­go, co­lhi­da no ano pas­sa­do, a pro­du­ção es­ta­dual foi de 3,2 mi­lhões de to­ne­la­das, vo­lu­me bem su­pe­rior ao co­lhi­do em 2007 (1.920 mi­lhão de to­ne­la­da). ‘‘A sa­fra des­te ano foi ­maior e o tri­go, his­to­ri­ca­men­te, não apre­sen­ta li­qui­dez. ­Além dis­so, o dó­lar bai­xo pri­vi­le­gia as ­importações’’, afir­ma Ot­mar Hub­ner, en­ge­nhei­ro agrô­no­mo do De­ral.

Ape­sar de o Bra­sil ter que im­por­tar pra­ti­ca­men­te me­ta­de de to­do o ­grão con­su­mi­do in­ter­na­men­te, Hub­ner acres­cen­ta que a pro­du­ção da Re­gião Sul é co­mer­cia­li­za­da por ­aqui. ‘‘Pa­ra os Es­ta­dos do Nor­te e Nor­des­te é ­mais ba­ra­to com­prar tri­go de ou­tros paí­ses por­que o cus­to de ca­bo­ta­gem é al­to. O ­País não tem fer­ro­vias ou hi­dro­vias e trans­por­tar por ca­mi­nhão é mui­to ­longe’’, ob­ser­va. O eco­no­mis­ta da ­Faep, Pe­dro Lo­yo­la, acres­cen­ta que as in­dús­trias moa­gei­ras es­tão abas­te­ci­das com tri­go em ple­na en­tres­sa­fra. Es­se fa­tor po­de­rá le­var os pre­ços a caí­rem ain­da ­mais a par­tir do pró­xi­mo mês, quan­do che­ga ao mer­ca­do a no­va sa­fra.

A pro­pos­ta da ­Faep é que o mi­nis­té­rio in­clua o Pa­ra­ná em lei­lões pa­ra prê­mio de es­coa­men­to da sa­fra e com a ofer­ta de con­tra­tos de op­ção com ven­ci­men­to pa­ra de­zem­bro. ‘‘Is­so da­ria ­mais tran­qui­li­da­de aos tri­ti­cul­to­res pa­ra co­mer­cia­li­zar ­suas ­safras’’, diz Lo­yo­la. A re­por­ta­gem pro­cu­rou a Com­pa­nhia Na­cio­nal de Abas­te­ci­men­to (Co­nab) pa­ra sa­ber se há pos­si­bi­li­da­de de o Pa­ra­ná ser in­cluí­do nos lei­lões pa­ra es­coa­men­to de pro­du­tos, mas o su­pe­rin­ten­den­te de Ope­ra­ções Co­mer­ciais ­João Pau­lo Mo­raes Fi­lho in­for­mou que is­so já foi fei­to.

‘‘As ques­tões de es­coa­men­to ocor­rem con­for­me as ne­ces­si­da­des dos Es­ta­dos e dis­cu­ti­mos is­so em reu­niões ­periódicas’’, ex­pli­ca Mo­raes. No en­tan­to, ele acres­cen­ta que o Mi­nis­té­rio da Agri­cul­tu­ra é ­quem de­fi­ne as po­lí­ti­cas agrí­co­las, ca­ben­do à Co­nab ape­nas a exe­cu­ção.

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