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Bancada ruralista reage e se une para pressionar Brasília

Alguns deputados argumentam que o governo não pode exigir ampliação nos níveis de produtividade durante a crise econômica


Deputados da bancada ruralista prometem pressionar o governo federal contra a revisão dos índices de produtividade. Eles acreditam que a medida, além de prejudicar o agricultor, pode estimular a violência no campo. A atualização pretende ampliar o número de fazendas consideradas improdutivas e que poderão ser desapropriadas para a reforma agrária, caso não atinjam os novos índices a serem estipulados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Alguns deputados nem mesmo querem conhecer a proposta, argumentando que o governo não pode exigir ampliação nos níveis de produtividade durante a crise econômica.

“O que eles [Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e o MDA] querem é desapropriar terra. Entendemos que não é hora de se falar neste assunto, especialmente no momento em que estamos passando por uma crise. Em Mato Grosso, tem produtor quebrando e sem dinheiro para pagar adubo. Estamos na reta do plantio e muita gente ainda está sem fertilizantes”, reclama o deputado federal Homero Pereira (PR/MT).

Para o senador Gilberto Goellner, a revisão dos índices de produtividade “é inútil e desnecessário” e prejudica ainda mais os produtores rurais que já enfrentam uma série de dificuldades como a falta de crédito. “Este controle é sem precedentes no mundo, só existe no Brasil. É algo ideológico”, criticou. Segundo ele, a medida é mais uma aberração contra produtores e poderá aumentar os conflitos no campo.

“Para qualquer produtor brasileiro, se isso vier a acontecer e não cumprir os índices de produtividade, a sua terra vai ficar sujeita à desapropriação. Você imagina o clima de conflito que isso vai criar? Espero que isso seja revisto, que essa decisão não seja tomada nesse momento, sem uma maior discussão e que nós não venhamos a ter que enfrentar esse clima desnecessário” afirma o deputado federal Duarte Nogueira.

“É uma proposta totalmente descabida, absurda. No momento em que a agricultura vive um período de dificuldade e crise mundial, com o agricultor brasileiro concorrendo com a agricultura americana e européia subsidiada e o setor está muito endividado, tem essa proposta”, protesta o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Fábio Souto.

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