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Banco do Brasil vai ser 'fiador' em operações de barter

Estatal se aproxima de tradings e cooperativas


O Banco do Brasil anunciou uma nova estratégia para o agronegócio e aposta em atuar como “fiador” em operações de barter, de olho numa fatia de mercado de cerca de 200 mil médios e grandes produtores. O banco anunciou o novo modelo, chamado de “BB Trading,” depois de amargar um decréscimo de 20% no valor disponibilizado na safra 2016/17, para R$ 68,7 bilhões.

Atualmente, a carteira do banco conta com quase R$ 190 milhões e aproximadamente 100 mil produtores, a metade da meta fixada. O Banco do Brasil já conversou com grandes cooperativas de São Paulo e deve se reunir com outros grandes players do Paraná e Rio Grande do Sul, bem como formar parcerias com grandes tradings e empresas produtoras de insumos.

"O produtor já se modernizou bastante no Brasil, mas precisa avançar na captação de recursos. Por isso, nossa ideia de trabalhar em parceria com toda a cadeia do agronegócio, que é bem promissora", afirmou Tarcísio Hubner, vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, em entrevista ao Valor. "Para o banco é interessante, porque permite o aumento do leque de clientes, e para os fornecedores de insumos também é bom, porque eles não precisam usar recursos próprios".

No modelo de barter adotado pelo banco, a instituição financeira adianta os recursos para a agroindústria e assume o risco, que antes era do fornecedor de insumo. Mais tarde, o banco é ressarcido pelo produtor com o dinheiro obtido na comercialização da safra, mas a garantia são as Cédulas do Produtor Rural (CPR). O banco estatal pretende usar como fonte de recursos para lastro suas captações de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que são isentas de imposto de renda.

"Vamos viver um novo momento de juros baixos nesta safra e, à medida que a Selic [taxa básico de juros] cai, não tem muita diferença entre o crédito a juros controlados e as taxas de mercado. Atentos a isso, nós nos programamos para ofertar crédito com LCA e CPR. Essa é a saída", afirmou o executivo do banco.

Os aportes de crédito rural do Banco do Brasil cresceram 65,5% em julho em relação ao mesmo mês do ano passado, para R$ 5 bilhões.

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