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Basf vê o Brasil como celeiro do mundo

A Basf espera crescer acima do valor do PIB no Brasil no próximo ano que, segundo a expectativa da empresa, deverá ser de 5% ou 6%


A alemã Basf vê para o Brasil um 2008 muito positivo no mercado agrícola. A Basf espera crescer acima do valor do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil no próximo ano que, segundo a expectativa da empresa, deverá ser de 5% ou 6%. O Brasil é o segundo principal mercado mundial da empresa, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Segundo o vice-presidente de Produtos para Agricultura para a América Latina, Walter Dissinger, se os preços das commodities permanecerem nos níveis em que estão, se o açúcar e o álcool recuperarem os preços, o Brasil será o grande pólo agrícola do mundo.

"Com as macrotendências mundiais de agroenergia, há cada vez mais necessidade de alimentos. As mudanças nos hábitos alimentares de países como a China, que consome cada vez mais carne, trarão um grande impacto de consumo, do qual, naturalmente, o Brasil se beneficiará mais do que os outros países, pois temos clima ideal e também áreas disponíveis que podem entrar em atividade para suportar toda essa tendência, porque o mundo irá precisar de muita biomassa, tanto para alimentação como para energia", afirma.

América Latina:

O agronegócio da Basf na América do Sul representa, em vendas, cerca de 30% dos negócios totais da empresa. O Brasil tem participação de 70% nos negócios da companhia na América Latina. "O Brasil é a China do agronegócio mundial", diz.

As vendas na América Latina quase dobraram no primeiro semestre deste ano. Em 2007 as vendas foram de 213 milhões de euros. No mesmo período do ano passado a Basf teve vendas de 110 milhões de euros. Esse incremento se deve principalmente à recuperação do agronegócio no Brasil. Apesar de ainda não estar livre das dívidas, o produtor brasileiro investiu mais em tecnologia para a safra 2007/08.

"O produtor percebeu que com duas sacas de soja conseguia pagar uma segunda aplicação de fungicida e ainda aumentar a produtividade com nossos produtos, por isso investiu", afirma.

Segundo o executivo, a Basf está bem posicionada na soja, sobretudo no segmento de fungicidas, e está crescendo junto com o mercado de cana-de-açúcar na área de inseticidas. "O nosso fungicida para milho também está tendo o reconhecimento do produtor, que não está habituado a utilizar o produto na lavoura. A linha Opera, com a molécula F500, aumenta a produtividade em cerca de 10%, o que faz o produtor investir nesse segmento."

Pensando nisso, a Basf terá como grande foco no próximo ano trabalhar o seu portfólio, visando principalmente a inovação, tecnologia e o conceito do efeito fisiológico, que aumenta a produtividade da lavoura. "Não temos previsão de nenhum lançamento de porte para 2008. Vamos focar nos produtos que já estão no nosso portfólio com ações de marketing com os produtores, usinas, cadeias de distribuidores e cooperativas."

Para garantir todas essas inovações, o orçamento mundial da companhia para pesquisa em agroquímicos, neste ano, supera a marca de 300 milhões de euros. No Brasil foram investidos cerca de 4,8 milhões de euros nos dois laboratórios da empresa. Para 2008, o valor deve ser um pouco menor, segundo Dissinger. "A Basf tem uma visão de longo prazo e sabe que o futuro está no Brasil, por isso investimos em pesquisa no País."

Na América Latina, assim como no Brasil, a Basf ocupa a terceira posição em participação de mercado no segmento de defensivos, ficando atrás de Syngenta e Bayer.

A Basf também mira outros grandes mercados na América Latina, como Argentina, Colômbia, Chile, México e Costa Rica. "A Argentina e o Brasil têm culturas muito parecidas, como soja, milho e trigo. Já do Chile até a América Central, focamos em outros produtos, como arroz, vegetais e frutas", afirma. A vendas da Basf no mundo totalizaram 52,6 bilhões de euros em 2006, dos quais 2,4 bilhões só na América do Sul.

Laboratório:

Para desenvolver sua tecnologia, a Basf investiu 3,15 milhões de euros (R$ 7,98 milhões) na implantação do laboratório, que será o primeiro específico de uma empresa na América Latina destinado à realização de estudos ambientais. Com o investimento, a Basf ampliará sua capacidade de fazer pesquisas sobre estudos de resíduos para fins de registro tanto nos Estados Unidos como na Europa.

"A escolha do Brasil ocorreu principalmente em função do profissionalismo dos que atuam na área de pesquisa, muito reconhecido na Alemanha, e isso fez com que o investimento tivesse vindo para o País. Há um reconhecimento mundial desses pesquisadores", disse. Segundo Dissinger, será criada uma rede de pesquisa, desenvolvimento e know-how mundial.

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