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Bezerros com deficiência podem ser poupados

Contratura de carpo e a hérnia umbilical são corrigíveis com simples cirurgias


Ao ver animais com deficiência no campo muitos produtores optam pelo sacrifício, mas a boa notícia é que, na maioria dos casos, a vida pode ser poupada

Em casos de problemas congênitos, a contratura de carpo (pata dobrada) e a hérnia umbilical são corrigíveis com simples cirurgias


Onascimento de bezerros para os criadores de gado significa, além do aumento do rebanho, futuros lucros para os negócios. Com tudo, apesar de o percentual ser mínimo estipula-se que, em cada cem gestações, uma resulte em animal deficiente.

No caso da fertilização in vitro, o número aumenta para 6%. A boa notícia é que, na maioria dos casos, a vida do bezerro pode ser poupada. A avaliação clínica é essencial para identificar se o defeito genético é motor, sistêmico ou neurológico e se o tratamento do recém-nascido será viável. “Eu sou contra a eutanásia e só a aplico quando não há outra saída”, ressalta o médico veterinário Eduardo Coelho.

Para anular as chances de deformidades, o criador deve cuidar do bezerro desde a fecundação. O manejo sanitário adequado influencia diretamente na saúde do feto. O especialista explica que uma vaca mal nutrida, sem dieta pré-parto e não vacinada tem maior possibilidade de parir um bezerro com deficiência.

Problemas neurológicos e físicos, muitas vezes, fazem com que o animal não consiga se levantar para receber o colostro da mãe. A falta do líquido nas primeiras seis horas de vida, tanto para os bezerros saudáveis quanto para os enfermos, interfere na imunidade e na taxa de sobrevivência do neonato. O corte correto do umbigo também previne doenças que levam o recém-nascido à deficiência.

PROBLEMAS
“Existem problemas que ocorrem no nascimento. Às vezes, o animal nasce sadio, mas sem o colostro, ele pode adquirir de um abscesso no fígado, pneumonia e até cegueira”, enfatiza.

Em casos de problemas congênitos, a contratura de carpo (pata dobrada) e a hérnia umbilical são corrigíveis com cirurgias. Segundo o médico veterinário, os métodos de melhoramento genético permitem que os bezerros ganhem mais peso ainda no útero da vaca e resulta em partos complicados. A má escolha das matrizes é outro erro comum por parte dos pecuaristas.


A maior parte das deficiências físicas dispensa a eutanásia e, embora raros, há casos de animais com cinco e seis patas. Ainda que não haja alguma alteração no sabor e na qualidade da carne, muitos preferem mantê-los vivos a os enviarem para o abate. “Geralmente, o proprietário os cria para mostrar aos amigos. Esses animais viram a estrela da fazenda”, diz Coelho.

DEFEITOS
Os defeitos físicos mais comuns são os desvios de coluna, a pata menor do que as outras e a abertura de úraco (veia do umbigo mal cicatrizada). Ao se deparar com o nascimento de um bezerro deficiente é preciso analisar se o neonato tem fins comerciais ou possui valor zootécnico. No primeiro caso, os custos do tratamento precisam ser equiparados ao preço do animal.

O segundo faz com que o criador considere a árvore genealógica do bezerro e aposte em algum tipo de tratamento. “Os proprietários têm que se conscientizar que estamos lidando com uma vida e temos que tentar até a última cartada”, destaca o profissional. Animais com deficiência física adquirida podem gerar filhotes saudáveis, ao contrário dos deficientes congênitos. A eutanásia é mais indicada para os deficientes neurológicos.

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