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Biagi fecha parceria para construir usina



Com investimentos de R$ 35 milhões, usineiro consolida-se como o segundo maior produtor de cana do Brasil. Depois de implantar a Companhia Energética Vale do Sapucaí (Cevasa), em Patrocínio Paulista (SP), no final da última década - no auge da maior crise já vivida pelo setor sucroalcooleiro -, o empresário Maurílio Biagi Filho acaba de concluir mais um grande negócio. O executivo vai construir mais uma usina, a Vertente, que será instalada no município de Guaraci, às margens do rio Grande, entre as cidades de Barretos e São José do Rio Preto, no noroeste do Estado de São Paulo. Para isso, R$ 25 milhões serão investidos na parte industrial e R$ 10 milhões na área agrícola, a Vertente é resultado de uma parceria inédita da Companhia Energética Santa Elisa, de Sertãozinho (SP), da família Biagi, com seus dois maiores fornecedores de cana-de-açúcar: a Humus Agropecuária, de Pitangueiras (SP), e a Agropecuária CFM, com sede em São José do Rio Preto (SP). Projetada para processar 2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra, a Vertente surge como expansão dos negócios sucroalcooleiros da família Biagi e dos sócios Junqueira, fora da região de Ribeirão Preto, principal pólo produtor de São Paulo, onde a disputa acirrada por cana aumenta os custos de arrendamento de terra e de corte, carregamento e transporte de matéria-prima. A família Biagi controla, além da Santa Elisa, de Sertãozinho, e da destilaria Cevasa, de Patrocínio Paulista, as usinas MB, de Morro Agudo, e Moema, de Orindiúva (as duas últimas em sociedade com membros da família Junqueira). As usinas sucroalcooleiras, todas em São Paulo, deverão moer nesta safra mais de 13 milhões de toneladas de cana. Quando a Vertente estiver operando a plena carga, em 2006, o grupo vai processar mais de 16 milhões de toneladas. Os volumes conferem à família Biagi a vice-liderança em processamento de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, atrás do Grupo Cosan. "A Vertente é resultado de mais de dois anos de negociação com os sócios e parceiros da nova empresa", diz Biagi Filho, atualmente conselheiro da Santa Elisa, e presidente das usinas Moema e Cevasa, e diretor da MB. A Vertente tem como acionistas as usinas Santa Elisa e Moema, e a Cleel Empreendimentos, com, respetivamente, 20%, 40% e 40% de participação. A Cleel pertence aos empresários Luiz Clemente Lunardi e Elpídio Marchesi Filho, cujas famílias, de Ribeirão Preto, controlam a Humus Agropecuária, companhia originada da extinta Usina São Vicente, de Pitangueiras (SP). O projeto da Vertente envolve ainda a Agropecuária CFM Ltda., empresa de origem inglesa que é a maior fornecedora independente de cana-de-açúcar do Brasil, além de ser proprietária de um plantel de 90 mil cabeças de gado bovino do País. Desde 1908 no Brasil, a CFM tem onze fazendas em São Paulo e Mato Grosso do Sul, com área total de 118 mil hectares. Em uma delas, a Fazenda Posses, de 10 mil hectares em Guaraci, será instalada a Vertente. Segundo o presidente da empresa, David Makin, além de ceder em comodato uma área onde será erguida a usina, a CFM será a principal fornecedora de cana da nova indústria por pelo menos 25 anos. "Vamos plantar cana em tudo", diz Makin. Atualmente, segundo ele, um terço da área da Fazenda Posses tem cana, outro um terço tem soja e milho e, o restante, está ocupado com pastagens para gado de corte. "Vamos investir, com recursos próprios, R$ 10 milhões nos próximos três anos, para fornecer um volume inicial de mais de 600 mil toneladas de cana à Vertente", informa Makin. O valor não inclui o investimento na mecanização da colheita, que será feito em breve para aproveitar a geografia plana da região. Segundo o engenheiro Paulo Katayama, que iniciou os trabalhos de implantação da usina, a elaboração do Relatório Preliminar Ambiental (RAP), sob responsabilidade da Ambiental 2000 Ltda., de Ribeirão Preto, já começou. Segundo Katayama, a usina Vertente começará a operar a partir de 2004, moendo 1,2 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, volume que aumentará para 1,6 milhão no ano seguinte e para 2 milhões de toneladas em 2006. Localizada a 62 quilômetros de Barretos e a 72 quilômetros de São José do Rio Preto, a cidade de Guaraci tem na agropecuária sua principal fonte de renda. Segundo o prefeito do município, Jorge Levi, a cidade de 8,8 mil habitantes registrou em 2001 valor adicionado de R$ 43 milhões, a maior parte vindo da criação de mais de 100 mil cabeças de gado. "A partir de agora, a área de cana irá se multiplicar e, quando a usina Vertente começar a operar, o valor adicionado do município crescerá para cerca de R$ 80 milhões", afirma o prefeito. Levi estima que, em dois anos, a cana-de-açúcar será o principal produto agrícola do município.

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