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Bicho-mineiro pode acabar com 70% da produção

Por isso mesmo na pandemia pesquisadores seguem no controle da praga


Foto: Eliza Maliszewski

O bicho-mineiro é pequeno mas nada inofensivo. Está no Brasil desde o século XIX, vindo da África.  O inseto Leucoptera coffeella,  é a principal praga da cultura do café no Cerrado, que inclui o maior produtor de café arábica do Brasil, Minas Gerais.  O prejuízo nos cafeeiros, com as folhas minadas pelas lagartas causam desfolha drástica (até 100%), resultando em prejuízos de até 72% na produção de café. 

Projeto auxilia no controle

O primeiro ciclo do inseto tem que ser controlado com eficiência para evitar que outros ciclos ocorram ao longo do ano. Por isso mesmo com a pandemia um projeto multidisciplinar da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), desenvolvido pelas pesquisadoras Erika Albuquerque e Juliana Dantas de Almeida e pelo pesquisador Adriano Veiga, da Embrapa Cerrados, não parou. 

Eles se revezam em estratégias para o combate ao inseto, bem como na pesquisa de biotecnologia para controle.  Até o momento ainda não há soluções nem produtos que combatam o bicho-mineiro. O inseto é observado em casas de vegetação em todas suas fases de desenvolvimento. Há pouca informação sobre o genoma e ciclo de vida. “Tudo que se descobre impacta, especialmente considerando que se trata de uma praga que afeta somente o café, cultura do qual o Brasil é o principal exportador mundial”, diz Juliana.

A pesquisa é uma alternativa muito importante de combate já que, no momento, apenas cafezais muito tratados, com pulverização de produto químico, afastam o bicho-mineiro. “O controle químico preventivo tem se mostrado ineficaz e acredita-se que a praga adquiriu resistência à maioria dos inseticidas utilizados. O controle biológico apresenta limitações na eficiência e durabilidade dos tratamentos”, explica Erika. A ideia é criar um banco de dados que sirva para traçar estratégias de manejo integrado.
 

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