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Bill Gates investe em agtech de biológicos

Brasileiro desenvolveu feromônio biológico que combate lagarta-do-cartucho


Foto: Eliza Maliszewski

O magnata e multimilionário dono da Microsoft, Bill Gates e sua esposa Melinda Gates, vão investir US$ 10 milhões (R$ 54,2 milhões) em uma agtech fundada por um brasileiro. A Provivi foi fundada nos Estados Unidos em 2013 por Pedro Coelho e desenvolveu um feromônio biológico que causa confusão sexual na lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda).

Com o dinheiro, a startup vai levar seus produtos a preço de custo para produtores do Quênia, Índia e Bangladesh. Desde sua fundação, a empresa já recebeu US$ 200 milhões de aportes de investidores. 

O feromônio, quando aplicado, cria uma nuvem que causa uma confusão sexual na lagarta e, com isso, os machos não fecundam os óvulos das fêmeas. A estratégia vem sendo adotada para driblar a resistência a inseticidas.

A lagarta-do-cartucho ataca plantações de milho, soja e algodão e até os 30 dias de desenvolvimento da cultura pode causar prejuízos de 15 %, já no florescimento podem chegar a 34%.

A empresa desenvolve outros produtos, como um feromônio específico para o arroz, que evita as pragas yellow stem borer e strip stem borer, que será comercializado em Bangladesh. A grande vantagem é reduzir a necessidade de defensivos químicos, que são caros, oferecendo uma alternativa biológica.

Atualmente, a Provivi atua comercialmente apenas no México, mas tem escritórios no Brasil, Argentina, China, Índia, Quênia e Bangladesh. No início de fevereiro, a startup conseguiu a aprovação regulatória no Quênia. A solução para o cultivo de arroz em Bangladesh também deve chegar ao mercado no final de 2021.

De acordo com Coelho, a demanda por uma produção mais sustentável vem também dos consumidores. “Muitos estão dispostos a pagar mais por algo produzido de forma sustentável, na Europa, Estados Unidos e na China”, afirma. Do ponto de vista do produtor, o uso de produtos biológicos representa uma forma de ser reconhecido na cadeia e aumentar seu faturamento.

O lançamento do feromônio contra a lagarta-do-cartucho no Brasil está previsto para o fim deste ano. Em 2020, o produto recebeu a aprovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Agora, a empresa está fazendo ensaios principalmente em fazendas de algodão na Bahia e Mato Grosso, antes do lançamento comercial.

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