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Boas práticas reduzem em 30% custo de folhosas

Adesão e o cumprimento das normas garante selo que atesta boas práticas


Foto: Marcel Oliveira

As folhosas fazem parte do dia a dia da alimentação e no campo exigem cuidados para que o alimento chegue seguro à mesa. O uso de boas práticas também assegura economia de custos de produção de até 30%. 

O grupo das folhosas foi recentemente incluído no Sistema de Produção Integrada Agropecuário da Cadeia Agrícola, do Ministério da Agricultura. Isso assegura benefícios para toda a cadeia. Trata-se de uma normatização que engloba todas as etapas de produção, estabelecendo práticas e procedimentos a serem seguidos por produtores que queiram aderir ao programa. O cumprimento atestado das práticas concede ao produtor um selo de qualidade que agregará valor aos seus produtos, o chamado “Brasil Certificado”.

Essa normatização estabelece uso de quantidades adequadas de insumos químicos protegendo a saúde do consumidor e do trabalhador e reduzindo impactos ambientais. Também permitem o rastreio dos alimentos atestando ao consumidor a procedência e a qualidade do produto.

Também traz oportunidades para o produtor, que poderá acessar a linha de crédito Inovagro para financiar inovações tecnológicas nesta cadeia produtiva. “Os benefícios econômicos para o agricultor são percebidos nas etapas de produção, com a redução dos custos obtidos com a aplicação racional de fertilizantes e agrotóxicos; na comercialização, com a oferta de um produto com maior valor agregado, além do acesso a novos nichos de mercado”, declara o coordenador da PIFIC, Jorge Anderson, pesquisador da Embrapa Hortaliças (DF).

Conforme a Instrução Normativa nº 1, de 11 de janeiro de 2021, o produtor que quiser alcançar a certificação deve seguir alguns passos. Essa adesão não é obrigatória mas quem decidir segui-la deve adotar etapas que incluem cumprimento de boas práticas agrícolas, rastreabilidade, seguir regras ambientais e trabalhistas pré-determinadas na condução da cultura. 

Em âmbito nacional, os sistemas de produção integrada e de produção orgânica são os únicos passíveis de obtenção de certificação reconhecida pelo Mapa. “Diferentemente da produção orgânica, o uso de produtos químicos é permitido na PI desde que dentro de limites determinados e que não interfiram na sanidade do alimento, na saúde do produtor e no meio ambiente”, detalha Anderson.

A IN apresenta as normas técnicas para a produção integrada de: acelga, agrião, aipo, alcachofra, alecrim, alface, alho-porró, almeirão, aspargo, brócolis, cebolinha, chicória, coentro, couve, couve chinesa, couve-de-bruxelas, couve-flor, erva-doce, escarola, espinafre, estévia, estragão, hortelã, louro, manjericão, manjerona, mostarda, orégano, repolho, rúcula, salsa e sálvia. 

Para garantir um dos princípios da Produção Integrada, que é o alimento seguro e isento de contaminações, procedimentos adequados devem ser adotados também pelos varejistas e consumidores. Atitudes simples contribuem para estender a durabilidade e reduzir as perdas que ocorrem após a colheita de hortaliças.

Realizados de 2017 a 2019 em duas redes varejistas, os estudos mostraram que o manejo incorreto nos supermercados resultou no descarte das hortaliças. “As consequências das más práticas em toda a cadeia tornaram-se visíveis na forma de murchamento, amarelecimento, escurecimento e podridão das folhas das hortaliças”, detalha a pesquisadora da Embrapa Milza Moreira Lana.

Alguns outros cuidados também garantem o sucesso da lavoura e alimentos seguros. Entre elas a produção nos chamados cinturões verdes, localizados próximos às grandes capitais, que podem sofrer contaminações com a água usada. Pode haver contaminação na irrigação, na lavagem de equipamentos usados na colheita e, principalmente, na higienização das hortaliças. 
 

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