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Bolívia: Um país com enorme potencial para agricultura

Um país com enorme potencial para produção de grãos e que atrai cada vez mais brasileiros e mato-grossenses

Um país com enorme potencial para produção de grãos e que atrai cada vez mais brasileiros e mato-grossenses. Esta foi a constatação do analista de Pecuária do Núcleo Técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Carlos Augusto Zanata, após visitar a cidade de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Atualmente, a área utilizada para produção de soja na região é de aproximadamente 2 milhões de hectares, porém ainda há 20 milhões de hectares aptos à produção de grãos.


Em Santa Cruz de la Sierra, uma das cidades mais desenvolvidas do país, com cerca de 2 milhões de habitantes, 52% das áreas agrícolas são destinadas ao cultivo da oleaginosa. Os brasileiros são os maiores produtores de soja da região, respondendo por 40% da produção, de acordo com dados da Fundação Terra.

A safra 2011/2012 de soja boliviana foi de 2,2 milhões de toneladas, o equivalente a apenas 10% da produção mato-grossense no mesmo ciclo, que atingiu 21 milhões de toneladas. A produtividade também é mais baixa do que em Mato Grosso, por volta de 38 a 42 sacas por hectare. Os produtores mato-grossenses colheram 50 sacas por hectare na safra 2011/2012, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Conforme o analista de Pecuária do Núcleo Técnico da Famato, Carlos Augusto Zanata, a ida dos brasileiros para a Bolívia transformou a agricultura do país. "A partir do final dos anos 1990, os agricultores brasileiros que imigraram para o país implementaram novas tecnologias e a utilização de maquinários. Hoje eles utilizam apenas 10% da área com potencial para produção de grãos. Se eles continuarem crescendo e melhorarando a produtividade, é um lugar que pode crescer muito na produção de soja", analisa Zanata.

Leite - O salto na produção de leite de Santa Cruz de la Sierra também chama a atenção e o principal fator é o investimento em assistência técnica. A Federação Departamental de Produtores de Leite de Santa Cruz (Fedeple), entidade que agrega nove pequenas associações, todas elas com pelo menos um técnico veterinário para dar assistência aos produtores, também possui uma central de insumos para fornecer produtos aos associados. "O resultado do investimento em assistência técnica foi o que gerou um crescimento de 100% na produção de leite de Santa Cruz de La Sierra nos últimos cinco anos. Este exemplo nos mostra que é possível fazer o mesmo em Mato Grosso", avalia o analista.


Fundada em 1977, a Fedeple possui 800 associados, de um total de 5 mil produtores de Santa Cruz de la Sierra. O município é responsável por 60% da produção de leite da Bolívia, que em 2010 foi de 371,7 milhões de litros, de acordo com dados do Food and Agriculture Organization (FAO). A título de comparação, a produção leiteira de Mato Grosso no mesmo ano foi de 510,9 milhões de litros, 27% maior que a produção boliviana, conforme apontou o Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Leite de Mato Grosso. "Certamente é um exemplo que a Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite) pode seguir, congregando associações municipais e melhorarando a produção de leite dos pequenos produtores do estado".

Expocruz - Na Bolívia, o analista também visitou a Expocruz 2012 - Feira Internacional de Santa Cruz de la Sierra. Considerada a maior feira multissetorial da Bolívia e uma das maiores da América Latina. A Expocruz está em sua 37ª edição. Segundo Zanata, a feira chama a atenção por sua grande estrutura, movimento de pessoas e países participantes e pela diversidade de itens expostos, que vão desde produtos agropecuários e máquinas agrícolas, até roupas e móveis. Ao todo, são 27 países participantes. "A feira é uma grande oportunidade de negócios, por isso vimos muita gente comprando os produtos expostos e as empresas se preparam para este evento na intenção de vender e atrair novos mercados", comenta o analista.

"No setor de exposição de animais, observamos que há muito gado da raça Nelore, todos eles com material genético importado do Brasil. Isso fez com que a Bolívia alcançasse um excelente plantel de nelore PO (Puro de Origem)", conclui Zanata.

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